A maior mineradora do país mostra a importância das ações sociais e ambientais estarem ligadas às estratégias de negócios da empresa.
A Responsabilidade Social e Ambiental tem sido assunto constante nos últimos anos. O tema é discutido na mídia, nas escolas, nas empresas, no governo, em todas as esferas da sociedade. Fervilham ações, projetos, leis, incentivos, iniciativas, num grande movimento que tem o apelo da sustentabilidade e sobrevivência do planeta. O interesse e a importância do assunto trouxe à tona, quase que obrigatoriamente, novas formas de gestão. Algumas companhias ainda engatinham nesse terreno e nas tentativas de acertos, investem em filantropia e assistencialismo, sem, contudo, obterem resultados efetivos de desenvolvimento para os atendidos. Outras empresas mostram maior amadurecimento nesse processo, aplicando formas inovadoras de administração, proporcionando ganhos reais à sociedade e a viabilidade do próprio negócio.
A maior mineradora do país, a Companhia Vale do Rio Doce, hoje apenas sob o nome de Vale, uma gigante em seu ramo de atuação, com faturamento de R$ 16 bilhões, lucro líquido R$ 4,7 bilhões e 57.601 funcionários, é uma das que desenvolvem uma metodologia de trabalho onde as ações de sustentabilidade fazem parte da estratégia de negócios. Não representando, portanto, atos isolados, mas ações planejadas para conciliar a trajetória de crescimento da empresa com o desenvolvimento social e econômico dos territórios em que está presente, gerando emprego, renda e melhoria na qualidade de vida da população.
Conforme informou o diretor de desenvolvimento sustentável, Orlando Lima, para a Vale, o desenvolvimento social das regiões onde atua, bem como a preservação e recuperação das áreas de exploração de minérios são medidas de sustentabilidade do negócio.
Proposta Antiga
Essa visão remonta décadas atrás, quando o tema sustentabilidade e responsabilidade social não possuíam o peso e a valoração atual. Isso proporcionou à empresa um certo pioneirismo e conhecimento do tema.
Lima afirmou que as peculiaridades do próprio negócio conduziram a uma atuação diferenciada. Ele explica que operações estão vinculadas aos locais onde existem depósitos de minerais e que nesses ambientes normalmente não existe infra-estrutura logística, situando-se em regiões remotas, com comunidades bastante carentes. Para iniciar atividades nessas regiões, a Vale precisa criar condições estruturais, que muitas vezes implica em aumento de demanda de energia, distribuição de água, sistemas de comunicação, aplicação de saneamento, construção de aterros sanitários, de estradas, de habitações e a capacitação técnica de mão de obra, necessária para operar equipamentos de alta complexidade tecnológica, dentre outros.
Diagnóstico
Antes da instalação de uma nova unidade ou negócio, a Vale realiza um processo de diagnóstico, que serve para conhecer a realidade e características da região de atuação. Isso inclui o levantamento e a análise de todos os impactos sociais, estruturais e ambientais. Trata-se de um exame da dinâmica sócio-econômica-ambiental da região. A partir desse ponto, é imprescindível a sinergia com todos os interessados, o que significa o envolvimento e mobilização dos diversos segmentos da sociedade: prefeituras dos municípios, governo do estado, demais órgãos públicos representativos e a própria comunidade.
Terceiro Setor
Esse diálogo resultou na criação de algumas Agências de Desenvolvimento Local, entidades do Terceiro Setor, que facilitam e permitem essa mobilização de toda a sociedade.
Nessas conversas verificam-se as necessidades de habitação, de educação, enfim, de todo o investimento necessário e também as formas de atrair investidores para a região.
Segundo Lima, essa prospecção mudou a empresa e é hoje um elemento importante para a tomada de decisões, inclusive operacionais, que são pautadas com base nesses estudos. “As questões sociais estão presentes no exercício diário da empresa e já estão solidificadas na cultura interna da companhia.“ – disse o executivo.
A empresa é associada ao Global Reporting Iniciative (GRI), cujas diretrizes dão base ao relatório de sustentabilidade, divulgado anualmente, e que afere e dá visibilidade das ações adotadas.
Ambiental
O meio ambiente também é foco de gestão na Vale, segundo o diretor Orlando Lima. “A questão é regulamentada por leis específicas, de grande rigor, que prevêem os impactos ambientais e as ações mitigadoras. Nenhuma empresa obtém, hoje, licenças ambientais de instalação e funcionamento sem atender essas condições” – explicou. Desse modo, todas as operações e atuações são amparadas por essas legislações, o que não impede que outras ações sejam promovidas visando ganhos e avanços ambientais.
A recuperação de áreas de mineração pela Vale, prevista em lei, é outra ação da companhia, que envolve o plantio de árvores, reintrodução de espécies nativas ou mesmo a construção de espaços urbanos. Nessas atividades já foram investidos cerca de R$ 110 milhões, desde 2001.
A empresa já anunciou um projeto de plantio de 346 milhões de árvores nos países onde atua até 2015, num total de 300 mil hectares – área equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Parceiros afins
O porte da Vale lhe permite pressionar o mercado (clientes e fornecedores) a atuar dentro das melhores práticas socioambientais e com posturas éticas. Lima deu como exemplo o caso de oito guseiras (produtoras de ferro-gusa) do Pará, Maranhão e Minas Gerais – Cosipar, Fergumar, Simasa, Usimar, Ibérica, Itasider, Viena e Sinobras (ex-Simara), que tiveram seu fornecimento de minério de ferro cortado por não estarem respeitando a legislação ambiental (uso de madeira não certificada) e trabalhista (exploração do trabalho em condições análogas a de escravo).
A partir de autuações do Ibama e Ministério do Trabalho nessas guseiras, a Vale, com base em cláusulas contratuais – que estabelecem a necessidade de cumprimento da legislação -, suspendeu o suprimento para as empresas denunciadas, que não comprovaram medidas corretivas. Para Lima, essa atitude é justificada, pois seria incoerente adotar uma postura de responsabilidade socioambiental e ao mesmo tempo atuar com parceiros envolvidos com atos ilegais.
Ferrovia Verde
O executivo destaca ainda o projeto Ferrovia Verde, que implementa duas outras ações relevantes, possibilitadas pelo investimento tecnológico. A Vale está substituindo os dormentes¹ de madeira por materiais alternativos como: polietileno de alta densidade, fibra de vidro e pneu usado. Desse modo, materiais que iriam para o lixo, como embalagens de plástico de álcool, shampoo e produtos de limpeza, agora são reaproveitados. O projeto em fase de experimentação foi denominado Ferrovia Verde.
Já foram instalados 600 dormentes de plástico e 600 de borracha. Na EFVM (Estrada de Ferro Vitória Minas), foram aplicados mais 500 de plástico. Outras matérias-primas, como material sintético, pneus reciclados e até mistura de bagaço de cana e plástico, também estão sendo pesquisadas para a fabricação dessas peças. Os testes com materiais alternativos começaram em junho de 2004.
Dormentes de aço também já estão sendo utilizados nas duas ferrovias. Na EFVM, já foram aplicados aproximadamente 2 milhões de unidades e, na EFC (Estrada de Ferro Carajás), cerca 140 mil unidades, o que a posiciona como a primeira empresa privada do Brasil a usar dormentes de aço em larga escala, prática já comum na Europa.
Segundo a mineradora, apenas com o uso do aço no lugar da madeira mais de 500 mil árvores já deixaram de ser derrubadas. O programa de implantação de dormentes de aço é progressivo e prevê a substituição de cerca de 400 mil unidades por ano nas duas ferrovias, o que equivale à preservação de 100 mil árvores/ano.
Vantagens Operacionais
As vantagens não são apenas ambientais, mas também operacionais e econômicas, pois a medida contribui para a segurança dos sistemas, apresentando melhor performance e aumento da vida útil do material e a redução de 20% dos custos de manutenção, reduzindo as intervenções na ferrovia.
Biodisel
O Programa Brasileiro de Biodiesel define a obrigatoriedade de adição de 2% de biodiesel ao petrodiesel, o que dentre inúmeras vantagens, reduz a emissão de poluentes lançados na atmosfera, por tratar-se de uma fonte energética limpa. Na Vale, o uso de biodiesel supera essa cota inicial estipulada. Lá, desde maio de 2007, adotou-se a B20, mistura de 20% de biodiesel ao diesel comum. Em 2007, foram utilizados pela Vale 33 milhões de litros/mês.A Responsabilidade Social e Ambiental tem sido assunto constante nos últimos anos. O tema é discutido na mídia, nas escolas, nas empresas, no governo, em todas as esferas da sociedade. Fervilham ações, projetos, leis, incentivos, iniciativas, num grande movimento que tem o apelo da sustentabilidade e sobrevivência do planeta. O interesse e a importância do assunto trouxe à tona, quase que obrigatoriamente, novas formas de gestão. Algumas companhias ainda engatinham nesse terreno e nas tentativas de acertos, investem em filantropia e assistencialismo, sem, contudo, obterem resultados efetivos de desenvolvimento para os atendidos. Outras empresas mostram maior amadurecimento nesse processo, aplicando formas inovadoras de administração, proporcionando ganhos reais à sociedade e a viabilidade do próprio negócio.
A maior mineradora do país, a Companhia Vale do Rio Doce, hoje apenas sob o nome de Vale, uma gigante em seu ramo de atuação, com faturamento de R$ 16 bilhões, lucro líquido R$ 4,7 bilhões e 57.601 funcionários, é uma das que desenvolvem uma metodologia de trabalho onde as ações de sustentabilidade fazem parte da estratégia de negócios. Não representando, portanto, atos isolados, mas ações planejadas para conciliar a trajetória de crescimento da empresa com o desenvolvimento social e econômico dos territórios em que está presente, gerando emprego, renda e melhoria na qualidade de vida da população.
Conforme informou o diretor de desenvolvimento sustentável, Orlando Lima, para a Vale, o desenvolvimento social das regiões onde atua, bem como a preservação e recuperação das áreas de exploração de minérios são medidas de sustentabilidade do negócio.
Proposta Antiga
Essa visão remonta décadas atrás, quando o tema sustentabilidade e responsabilidade social não possuíam o peso e a valoração atual. Isso proporcionou à empresa um certo pioneirismo e conhecimento do tema.
Lima afirmou que as peculiaridades do próprio negócio conduziram a uma atuação diferenciada. Ele explica que operações estão vinculadas aos locais onde existem depósitos de minerais e que nesses ambientes normalmente não existe infra-estrutura logística, situando-se em regiões remotas, com comunidades bastante carentes. Para iniciar atividades nessas regiões, a Vale precisa criar condições estruturais, que muitas vezes implica em aumento de demanda de energia, distribuição de água, sistemas de comunicação, aplicação de saneamento, construção de aterros sanitários, de estradas, de habitações e a capacitação técnica de mão de obra, necessária para operar equipamentos de alta complexidade tecnológica, dentre outros.
Diagnóstico
Antes da instalação de uma nova unidade ou negócio, a Vale realiza um processo de diagnóstico, que serve para conhecer a realidade e características da região de atuação. Isso inclui o levantamento e a análise de todos os impactos sociais, estruturais e ambientais. Trata-se de um exame da dinâmica sócio-econômica-ambiental da região. A partir desse ponto, é imprescindível a sinergia com todos os interessados, o que significa o envolvimento e mobilização dos diversos segmentos da sociedade: prefeituras dos municípios, governo do estado, demais órgãos públicos representativos e a própria comunidade.
Terceiro Setor
Esse diálogo resultou na criação de algumas Agências de Desenvolvimento Local, entidades do Terceiro Setor, que facilitam e permitem essa mobilização de toda a sociedade.
Nessas conversas verificam-se as necessidades de habitação, de educação, enfim, de todo o investimento necessário e também as formas de atrair investidores para a região.
Segundo Lima, essa prospecção mudou a empresa e é hoje um elemento importante para a tomada de decisões, inclusive operacionais, que são pautadas com base nesses estudos. “As questões sociais estão presentes no exercício diário da empresa e já estão solidificadas na cultura interna da companhia.“ – disse o executivo.
A empresa é associada ao Global Reporting Iniciative (GRI), cujas diretrizes dão base ao relatório de sustentabilidade, divulgado anualmente, e que afere e dá visibilidade das ações adotadas.
Ambiental
O meio ambiente também é foco de gestão na Vale, segundo o diretor Orlando Lima. “A questão é regulamentada por leis específicas, de grande rigor, que prevêem os impactos ambientais e as ações mitigadoras. Nenhuma empresa obtém, hoje, licenças ambientais de instalação e funcionamento sem atender essas condições” – explicou. Desse modo, todas as operações e atuações são amparadas por essas legislações, o que não impede que outras ações sejam promovidas visando ganhos e avanços ambientais.
A recuperação de áreas de mineração pela Vale, prevista em lei, é outra ação da companhia, que envolve o plantio de árvores, reintrodução de espécies nativas ou mesmo a construção de espaços urbanos. Nessas atividades já foram investidos cerca de R$ 110 milhões, desde 2001.
A empresa já anunciou um projeto de plantio de 346 milhões de árvores nos países onde atua até 2015, num total de 300 mil hectares – área equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Parceiros afins
O porte da Vale lhe permite pressionar o mercado (clientes e fornecedores) a atuar dentro das melhores práticas socioambientais e com posturas éticas. Lima deu como exemplo o caso de oito guseiras (produtoras de ferro-gusa) do Pará, Maranhão e Minas Gerais – Cosipar, Fergumar, Simasa, Usimar, Ibérica, Itasider, Viena e Sinobras (ex-Simara), que tiveram seu fornecimento de minério de ferro cortado por não estarem respeitando a legislação ambiental (uso de madeira não certificada) e trabalhista (exploração do trabalho em condições análogas a de escravo).
A partir de autuações do Ibama e Ministério do Trabalho nessas guseiras, a Vale, com base em cláusulas contratuais – que estabelecem a necessidade de cumprimento da legislação -, suspendeu o suprimento para as empresas denunciadas, que não comprovaram medidas corretivas. Para Lima, essa atitude é justificada, pois seria incoerente adotar uma postura de responsabilidade socioambiental e ao mesmo tempo atuar com parceiros envolvidos com atos ilegais.
Ferrovia Verde
O executivo destaca ainda o projeto Ferrovia Verde, que implementa duas outras ações relevantes, possibilitadas pelo investimento tecnológico. A Vale está substituindo os dormentes¹ de madeira por materiais alternativos como: polietileno de alta densidade, fibra de vidro e pneu usado. Desse modo, materiais que iriam para o lixo, como embalagens de plástico de álcool, shampoo e produtos de limpeza, agora são reaproveitados. O projeto em fase de experimentação foi denominado Ferrovia Verde.
Já foram instalados 600 dormentes de plástico e 600 de borracha. Na EFVM (Estrada de Ferro Vitória Minas), foram aplicados mais 500 de plástico. Outras matérias-primas, como material sintético, pneus reciclados e até mistura de bagaço de cana e plástico, também estão sendo pesquisadas para a fabricação dessas peças. Os testes com materiais alternativos começaram em junho de 2004.
Dormentes de aço também já estão sendo utilizados nas duas ferrovias. Na EFVM, já foram aplicados aproximadamente 2 milhões de unidades e, na EFC (Estrada de Ferro Carajás), cerca 140 mil unidades, o que a posiciona como a primeira empresa privada do Brasil a usar dormentes de aço em larga escala, prática já comum na Europa.
Segundo a mineradora, apenas com o uso do aço no lugar da madeira mais de 500 mil árvores já deixaram de ser derrubadas. O programa de implantação de dormentes de aço é progressivo e prevê a substituição de cerca de 400 mil unidades por ano nas duas ferrovias, o que equivale à preservação de 100 mil árvores/ano.
Vantagens Operacionais
As vantagens não são apenas ambientais, mas também operacionais e econômicas, pois a medida contribui para a segurança dos sistemas, apresentando melhor performance e aumento da vida útil do material e a redução de 20% dos custos de manutenção, reduzindo as intervenções na ferrovia.
Biodisel
O Programa Brasileiro de Biodiesel define a obrigatoriedade de adição de 2% de biodiesel ao petrodiesel, o que dentre inúmeras vantagens, reduz a emissão de poluentes lançados na atmosfera, por tratar-se de uma fonte energética limpa. Na Vale, o uso de biodiesel supera essa cota inicial estipulada. Lá, desde maio de 2007, adotou-se a B20, mistura de 20% de biodiesel ao diesel comum. Em 2007, foram utilizados pela Vale 33 milhões de litros/mês.A Responsabilidade Social e Ambiental tem sido assunto constante nos últimos anos. O tema é discutido na mídia, nas escolas, nas empresas, no governo, em todas as esferas da sociedade. Fervilham ações, projetos, leis, incentivos, iniciativas, num grande movimento que tem o apelo da sustentabilidade e sobrevivência do planeta. O interesse e a importância do assunto trouxe à tona, quase que obrigatoriamente, novas formas de gestão. Algumas companhias ainda engatinham nesse terreno e nas tentativas de acertos, investem em filantropia e assistencialismo, sem, contudo, obterem resultados efetivos de desenvolvimento para os atendidos. Outras empresas mostram maior amadurecimento nesse processo, aplicando formas inovadoras de administração, proporcionando ganhos reais à sociedade e a viabilidade do próprio negócio.
A maior mineradora do país, a Companhia Vale do Rio Doce, hoje apenas sob o nome de Vale, uma gigante em seu ramo de atuação, com faturamento de R$ 16 bilhões, lucro líquido R$ 4,7 bilhões e 57.601 funcionários, é uma das que desenvolvem uma metodologia de trabalho onde as ações de sustentabilidade fazem parte da estratégia de negócios. Não representando, portanto, atos isolados, mas ações planejadas para conciliar a trajetória de crescimento da empresa com o desenvolvimento social e econômico dos territórios em que está presente, gerando emprego, renda e melhoria na qualidade de vida da população.
Conforme informou o diretor de desenvolvimento sustentável, Orlando Lima, para a Vale, o desenvolvimento social das regiões onde atua, bem como a preservação e recuperação das áreas de exploração de minérios são medidas de sustentabilidade do negócio.
Proposta Antiga
Essa visão remonta décadas atrás, quando o tema sustentabilidade e responsabilidade social não possuíam o peso e a valoração atual. Isso proporcionou à empresa um certo pioneirismo e conhecimento do tema.
Lima afirmou que as peculiaridades do próprio negócio conduziram a uma atuação diferenciada. Ele explica que operações estão vinculadas aos locais onde existem depósitos de minerais e que nesses ambientes normalmente não existe infra-estrutura logística, situando-se em regiões remotas, com comunidades bastante carentes. Para iniciar atividades nessas regiões, a Vale precisa criar condições estruturais, que muitas vezes implica em aumento de demanda de energia, distribuição de água, sistemas de comunicação, aplicação de saneamento, construção de aterros sanitários, de estradas, de habitações e a capacitação técnica de mão de obra, necessária para operar equipamentos de alta complexidade tecnológica, dentre outros.
Diagnóstico
Antes da instalação de uma nova unidade ou negócio, a Vale realiza um processo de diagnóstico, que serve para conhecer a realidade e características da região de atuação. Isso inclui o levantamento e a análise de todos os impactos sociais, estruturais e ambientais. Trata-se de um exame da dinâmica sócio-econômica-ambiental da região. A partir desse ponto, é imprescindível a sinergia com todos os interessados, o que significa o envolvimento e mobilização dos diversos segmentos da sociedade: prefeituras dos municípios, governo do estado, demais órgãos públicos representativos e a própria comunidade.
Terceiro Setor
Esse diálogo resultou na criação de algumas Agências de Desenvolvimento Local, entidades do Terceiro Setor, que facilitam e permitem essa mobilização de toda a sociedade.
Nessas conversas verificam-se as necessidades de habitação, de educação, enfim, de todo o investimento necessário e também as formas de atrair investidores para a região.
Segundo Lima, essa prospecção mudou a empresa e é hoje um elemento importante para a tomada de decisões, inclusive operacionais, que são pautadas com base nesses estudos. “As questões sociais estão presentes no exercício diário da empresa e já estão solidificadas na cultura interna da companhia.“ – disse o executivo.
A empresa é associada ao Global Reporting Iniciative (GRI), cujas diretrizes dão base ao relatório de sustentabilidade, divulgado anualmente, e que afere e dá visibilidade das ações adotadas.
Ambiental
O meio ambiente também é foco de gestão na Vale, segundo o diretor Orlando Lima. “A questão é regulamentada por leis específicas, de grande rigor, que prevêem os impactos ambientais e as ações mitigadoras. Nenhuma empresa obtém, hoje, licenças ambientais de instalação e funcionamento sem atender essas condições” – explicou. Desse modo, todas as operações e atuações são amparadas por essas legislações, o que não impede que outras ações sejam promovidas visando ganhos e avanços ambientais.
A recuperação de áreas de mineração pela Vale, prevista em lei, é outra ação da companhia, que envolve o plantio de árvores, reintrodução de espécies nativas ou mesmo a construção de espaços urbanos. Nessas atividades já foram investidos cerca de R$ 110 milhões, desde 2001.
A empresa já anunciou um projeto de plantio de 346 milhões de árvores nos países onde atua até 2015, num total de 300 mil hectares – área equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Parceiros afins
O porte da Vale lhe permite pressionar o mercado (clientes e fornecedores) a atuar dentro das melhores práticas socioambientais e com posturas éticas. Lima deu como exemplo o caso de oito guseiras (produtoras de ferro-gusa) do Pará, Maranhão e Minas Gerais – Cosipar, Fergumar, Simasa, Usimar, Ibérica, Itasider, Viena e Sinobras (ex-Simara), que tiveram seu fornecimento de minério de ferro cortado por não estarem respeitando a legislação ambiental (uso de madeira não certificada) e trabalhista (exploração do trabalho em condições análogas a de escravo).
A partir de autuações do Ibama e Ministério do Trabalho nessas guseiras, a Vale, com base em cláusulas contratuais – que estabelecem a necessidade de cumprimento da legislação -, suspendeu o suprimento para as empresas denunciadas, que não comprovaram medidas corretivas. Para Lima, essa atitude é justificada, pois seria incoerente adotar uma postura de responsabilidade socioambiental e ao mesmo tempo atuar com parceiros envolvidos com atos ilegais.
Ferrovia Verde
O executivo destaca ainda o projeto Ferrovia Verde, que implementa duas outras ações relevantes, possibilitadas pelo investimento tecnológico. A Vale está substituindo os dormentes¹ de madeira por materiais alternativos como: polietileno de alta densidade, fibra de vidro e pneu usado. Desse modo, materiais que iriam para o lixo, como embalagens de plástico de álcool, shampoo e produtos de limpeza, agora são reaproveitados. O projeto em fase de experimentação foi denominado Ferrovia Verde.
Já foram instalados 600 dormentes de plástico e 600 de borracha. Na EFVM (Estrada de Ferro Vitória Minas), foram aplicados mais 500 de plástico. Outras matérias-primas, como material sintético, pneus reciclados e até mistura de bagaço de cana e plástico, também estão sendo pesquisadas para a fabricação dessas peças. Os testes com materiais alternativos começaram em junho de 2004.
Dormentes de aço também já estão sendo utilizados nas duas ferrovias. Na EFVM, já foram aplicados aproximadamente 2 milhões de unidades e, na EFC (Estrada de Ferro Carajás), cerca 140 mil unidades, o que a posiciona como a primeira empresa privada do Brasil a usar dormentes de aço em larga escala, prática já comum na Europa.
Segundo a mineradora, apenas com o uso do aço no lugar da madeira mais de 500 mil árvores já deixaram de ser derrubadas. O programa de implantação de dormentes de aço é progressivo e prevê a substituição de cerca de 400 mil unidades por ano nas duas ferrovias, o que equivale à preservação de 100 mil árvores/ano.
Vantagens Operacionais
As vantagens não são apenas ambientais, mas também operacionais e econômicas, pois a medida contribui para a segurança dos sistemas, apresentando melhor performance e aumento da vida útil do material e a redução de 20% dos custos de manutenção, reduzindo as intervenções na ferrovia.
Biodisel
O Programa Brasileiro de Biodiesel define a obrigatoriedade de adição de 2% de biodiesel ao petrodiesel, o que dentre inúmeras vantagens, reduz a emissão de poluentes lançados na atmosfera, por tratar-se de uma fonte energética limpa. Na Vale, o uso de biodiesel supera essa cota inicial estipulada. Lá, desde maio de 2007, adotou-se a B20, mistura de 20% de biodiesel ao diesel comum. Em 2007, foram utilizados pela Vale 33 milhões de litros/mês.