POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Os dados são conhecidos: a Amazônia representa 61% do território nacional do Brasil e o desmatamento constitui um dos problemas mais graves.
Foram vários ciclos sucessivos de invasões: primeiro a agropecuária, depois as madeireiras, logo agora a soja e no intervalo de tudo isso, os negócios amazônicos.
Alguns, mais informados, conhecem alguma coisa sobre os 75 anos da história dos imigrantes japoneses que foram para Amazônia em 1923, no período final do ciclo da borracha.
Cerca de 300 famílias foram para esse local e se dedicaram ao cultivo da pimenta-do-reino; seus descendentes ainda vivem na região, na qual estão muitas empresas japonesas, principalmente nas Zonas Livres de Macapá e Manaus, por exemplo: Honda, Panasonic, Yamaha, Sony, Panasonic, Citzen, Orient, Fuji e Konica Minolta.
Sobre as origens das madeireiras que destróem a floresta amazônica, nunca ouviram falar… e, uma das madeireiras mais importantes é a multinacional japonesa EIDAI Inc., pertencente ao grupo Mitsubishi, com sede em Osaka,Japão. A empresa no Brasil sofreu 71 autos de infração,e, em 2000 foi multada pelo Ibama em R$ 3,4 milhões pelo corte ilegal de madeira.
A multa recebida pela Empresa no Brasil teve repercussão no Japão uma vez que, no Porto de Kobe, um grupo de quatro ativistas do Greenpeace ocupou, em julho de 2000, o navio “Manzanillo”, carregado com 11 contêineres de madeira nobre extraídos ilegalmente da Amazônia pela madeireira japonesa.
Outro caso que saiu muito pouco na mídia daqui foi sobre o litígio judicial Brasil X Japão, a respeito do nome cupuaçu.
O registro de patente e o direito de uso exclusivo do nome foi conseguido pela empresa japonesa Asahi o que levantou protestos do governo brasileiro e de organizações não-governamentais (ON Gs) em todo o mundo, uma vez que cupuaçu é o nome de uma fruta amazônica, assim chamado há milênios por índios do Brasil e do Peru.
O problema teve início em 2000 quando Makoto Nagasawa, diretor da Asahi Foods e titular da empresa americana Cupuaçu International, registrou no Japão, EUA e Europa, a marca com o nome da fruta. Somente após cinco anos a batalha pelo nome cupuaçu, travada entre o governo brasileiro e a empresa japonesa Asahi Foods, chegou ao fim. Por decisão da Cancellation Division da União Européia, o registro do nome feito pela companhia nipônica foi cassado em todas as nações integrantes do bloco. A União Européia era o último mercado que ainda mantinha a concessão de uso da marca para a Asahi Foods.
Ainda há muito a conhecer sobre a Amazônia por aqui.
Professora doutora da Escola de
Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo,
socióloga pela FFLCH\USP,
mestre pela Universidade
de Uppsala, Suécia e Professora
convidada para ministrar aulas sobre
Cultura Brasileira na Universidade
de Estudos Estrangeiros.