por: NQM Comunicação
Entidade participou pela primeira vez do VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação com iniciativas para o setor privado.
A Confederação Nacional das Indústrias (CNI), entidade que representa o segmento industrial brasileiro, tem um grande desafio: mostrar às indústrias a relação que elas têm de dependência com a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Uma das suas iniciativas – Rede de Biodiversidade e Florestas – foi apresentada nesta terça-feira (22), durante o VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, o maior evento de conservação da natureza e áreas protegidas na América Latina. O congresso acontece em Curitiba (PR), até o próximo dia 25 e é realizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em comemoração aos seus 25 anos.
A Rede de Biodiversidade e Florestas é composta por 40 instituições federações de indústrias, associações setoriais e empresas. Seu principal objetivo é promover o maior engajamento do setor industrial no debate sobre políticas públicas e no alinhamento de posicionamentos relacionados à temática de biodiversidade e florestas. Durante o VIII CBUC, a Rede realizou reunião de trabalho, na qual apresentou a Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos e discutiu a regulamentação da Lei 13.123/15, sancionada esse ano pela Presidente da República, Dilma Roussef, e que dispõe sobre o acesso aos recursos genéticos e repartição de benefícios oriundos do uso da biodiversidade.
Para a especialista de políticas e indústrias da CNI, Elisa Romano Dezolt, a adesão das indústrias às iniciativas que protejam à biodiversidade é incipiente. “O setor ainda não consegue relacionar os seus processos produtivos à dependência dos serviços ecossistêmicos oferecidos pela natureza, mas algumas empresas têm adotado práticas voluntárias relacionadas à promoção da sustentabilidade. A Rede tem contribuído para isso”, afirmou.
Atenta ao cenário mundial, a CNI tem desenvolvido ações para envolver os setores industriais nas questões relativas ao meio ambiente, por meio de redes temáticas e do Conselho Temático de Meio Ambiente. “O trabalho desses grupos visa a discutir ações de defesa de interesse do setor industrial em várias temáticas, como recursos hídricos, resíduos sólidos, florestas e clima, além de capacitação”, explicou Elisa.
Para a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, é fundamental que as indústrias incorporem práticas de conservação aos seus processos produtivos. “Cada vez mais é necessário que o setor industrial se engaje em ações que promovam a conservação dos recursos naturais, de forma a beneficiar toda a sociedade”, afirmou. Segundo ela, o CBUC é o palco natural para essas discussões, pois envolve todos os setores – público e privado – da economia brasileira.
Articulação
A CNI também é parceira do Ministério do Meio Ambiente no projeto “A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (TEEB Regional Local)”, que objetiva integrar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos em processos de tomada de decisão por parte de atores públicos e de empresas. A entidade também responde pela Secretaria Executiva da Iniciativa Brasileira de Negócios e Biodiversidade, órgão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB), que representa a parceria global de negócios e biodiversidade da CDB, também realizado no VIII CBUC.
Sobre a CNI
A CNI representa 27 federações de indústrias e 1.250 sindicatos patronais, aos quais são filiadas quase 700 mil indústrias. Esse segmento está entre os que mais impactam os serviços ecossistêmicos, conjunto de benefícios que as pessoas obtêm da natureza direta ou indiretamente, a fim de sustentar a vida no planeta. O fornecimento de água na natureza, a regulação do clima, o sequestro de carbono e o fornecimento de solos férteis são exemplos de serviços ambientais.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que o segmento industrial consome 22% da água potável disponível no planeta e a agricultura outros 70%. No setor de energia, a indústria também está entre os grandes consumidores. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, os segmentos de indústria, comércio e serviço consomem 65% da energia elétrica produzida no país.
Serviço
Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação
Data: até 25 de setembro
Local: ExpoUnimed – Curitiba (PR)
Mais informações: www.fundacaogrupoboticario.org.br/cbuc.
Sobre o Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC) – O Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação é promovido periodicamente pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. A oitava edição do CBUC acontece de 21 a 25 de setembro de 2015 no ExpoUnimed (PR). Os patrocinadores desta oitava edição são: Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Conservação Internacional do Brasil e Votorantim. A primeira edição do CBUC aconteceu em 1997 em Curitiba (PR); em 2000 foi realizada em Campo Grande (MS); em 2002 em Fortaleza (CE); em 2004 em Curitiba (PR); em 2007 em Foz do Iguaçu (PR); em 2009, aconteceu novamente em Curitiba (PR); e, em 2012 em Natal (RN). Mais de 10 mi pessoas já participaram do evento.