Foto: Turbina eólica na Suécia (© Philip Reynaers / Greenpeace)
Por: Greenpeace Brasil
O governo promoveu hoje o 22º Leilão de Energia Nova A-3, que contratou usinas de geração de energia elétrica para começarem a operar daqui a três anos, em 2018. Haviam se habilitado para participar do certame 371 projetos de usinas, somando 9.594 megawatts (MW). Ao final do processo, apenas 29 projetos foram contratados, somando 669,498 MW, a um preço médio de R$ 188,87 / MWh.
A fonte eólica era a que mais tinha projetos habilitados para participar do leilão, representando 90% do total. No entanto, das 338 usinas habilitadas, apenas 19 foram contratadas. A capacidade instalada total de 538,8 MW foi vendida a um preço médio de R$ 181,09 / MWh.
Também foram negociados 66,18 MW provenientes de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), ao preço médio de R$ 204,98 / MWh, 36,5 MW em usinas a biomassa, no valor médio de R$ 211,37 / MWh e uma usina termelétrica a gás natural, de 28,02 MW por um valor de R$ 214,25 MWh.
“O resultado desse leilão frustou as expectativas. Ano passado foram contratados 2.246 MW em usinas eólicas. Esse ano temos até o momento 628,8 MW”, compara Larissa Rodrigues, da campanha de Clima e Energia. “Teremos mais um leilão em novembro, mas provavelmente fecharemos o ano com uma contratação eólica bem menor que no último ano. O leilão de hoje mostrou que ainda são necessários ajustes para que a fonte eólica continue sua expansão”.
A baixa contratação de éolicas contrasta com as tendências de expansão da matriz elétrica verificadas no novo Balanço Energético Nacional (BEN 2015), recém lançado pelo governo. O documento identificou um crescimento significativo na capacidade instalada de eólicas, de 2.202 MW em 2013 para 4.888 MW em 2014.
Por outro lado, a energia proveniente de usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis aumentou. Em 2014, elas geraram 23% da energia elétrica do País. Somente as usinas a óleo e a carvão, que são as mais poluentes, viram sua participação subir de 6,5% para 10% entre 2013 e 2014.
Segundo Rodrigues, “essa produção de energia, além de poluente, é cara e reflete direto na conta de luz do brasileiro, que não para de subir”. De acordo com ela, sempre que muitas usinas termelétricas são utilizadas no sistema, a bandeira tarifária fica vermelha e o consumidor paga mais. “Desde janeiro, quando esse sistema começou a valer, a bandeira não saiu do vermelho”, conclui.