POR – CRISTINA RAPPA, DA CRÍVEL COMUNICAÇÃO, PARA NEO MONDO
Descoberta é resultado de estudo feito em rio no Reino Unido, que mostra que mais de 40 bilhões de micro partículas do material foram jogados dessa região para o mar em apenas um ano. Esses resíduos ameaçam a vida marinha e podem entrar na nossa cadeia alimentar, pela água e alimentos
Um estudo publicado nesta segunda-feira, 12, na revista científica inglesa Nature Geoscience (https://www.nature.com/articles/s41561-018-0080-1), alarmou os cientistas ao revelar que a poluição por micro plástico é muito maior do que se acreditava. Apenas em um ano foram despejadas no mar nada menos do que 43 bilhões (ou 0,85 toneladas métricas) de micro partículas de plástico, provenientes dos rios da região de Manchester, no Reino Unido. Esse número levou os cientistas a concluírem que os 5 trilhões de partículas de plástico no oceano são uma cifra subestimada.
Para chegar a esse dado, os cientistas contaram os sedimentos de dez rios da região de Manchester no período de um ano, logo após uma cheia recorde, ocorrida em 2015, que “varreu” o plástico para o mar.
Micro partículas de plástico incluem pedaços de lixo plástico quebrado, fibras sintéticas e minúsculas esferas encontradas em produtos de higiene pessoal. As menores partículas encontradas na pesquisa mediam 63 microns, aproximadamente o diâmetro de um fio de cabelo humano.
Não se sabe ainda os danos que essas partículas causam à saúde humana. O que se sabe é que ameaçam a fauna marinha, que os ingere acreditando que são comida, e podem ser consumidos pelas pessoas na água de torneira e alguns alimentos, como peixes e frutos do mar. Teme-se que, ingeridos dessa forma, podem acumular químicos que nos podem ser tóxicos ao entrar na nossa corrente sanguínea.
“Em função de sua natureza abrangente e persistente, os micro plásticos tornaram-se uma preocupação ambiental global e representam um risco potencial para as populações humanas”, afirmou Rachel Hurley, da Universidade de Manchester, e seus colegas de estudo, no relatório publicado na Nature Geoscience. “É preciso controlar as fontes dessa poluição até para começar a limpar os oceanos”, alertou Hurley. Ou seja, se não se conter o uso e o despejo desses resíduos nos rios, limpar os mares pode ser como secar gelo.