POR – AVIV COMUNICAÇÃO / NEO MONDO
A líder da agência de mudanças climática da Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu que os países aumentem seu ritmo de trabalho na abertura da nova rodada de negociações sobre o corte das emissões globais de carbono, que começou hoje em Bangkok, na Tailândia
“A assinatura do Acordo de Paris foi um enorme sucesso, mas conseguir assiná-lo foi apenas o começo de uma nova fase muito importante que nos coloca diante de grandes desafios”, declarou Patricia Espinosa aos delegados de quase 200 países envolvidos nas negociações. [assista ao vídeo aqui] “Agora devemos completar o trabalho e devemos fazê-lo rapidamente. Vamos trabalhar com um senso de urgência que a situação atual exige.”
O principal objetivo das negociações desta semana é desenvolver opções para um “livro de regras” que regerá como o Acordo de Paris das Nações Unidas funcionará na prática. Isso inclui definir quais promessas nacionais de redução de carbono devem ser incluídas, com que frequência os países devem revisar e aumentar sua ambição climática e quais métricas são usadas.
Michal Kurtyka, que será o presidente da cúpula do clima da ONU no final deste ano em Katowice, na Polônia, pediu aos delegados que concordem com a base de um acordo que possa ser firmado ainda este ano. “Aqui em Bangcoc, chegou a hora de provarmos que podemos acompanhar o ritmo da sociedade. Estamos realizando esta sessão porque não estamos nos movendo tão rapidamente quanto poderíamos. Eu estou aqui hoje para pedir que vocês deem um passo importante antes da COP 24. Em Bangkok, tragam clareza e foco para o texto que vocês negociarão em Katowice. Texto claro e simplificado é o meu desejo para esta sessão.”
As negociações acontecem em um ano marcado por eventos climáticos extremos, como ondas de calor intensas no hemisfério norte, seca na África e calor recorde nos oceanos do planeta.
Surasak Kanchanarat, ministro de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Tailândia, disse que os países em desenvolvimento e vulneráveis ao clima estão contando com o Acordo de Paris para proteger seus cidadãos. “Faltando menos de quatro meses, todos vocês [negociadores] têm uma enorme missão para entender os detalhes mais complicados deste acordo histórico”, disse ele. “Espero que nesta sessão em Bangkok vocês possam fazer progressos substanciais em direção a um texto de negociação equilibrado, a fim de preparar o caminho para o sucesso da COP 24.”
Gebru Jember Endalew, presidente do Grupo dos Países Menos Desenvolvidos (LDC), disse em um comunicado: “Ao negociar esses resultados, os países não devem perder de vista o quadro geral. Nos últimos meses, houve mudanças nos padrões de chuvas na África e ondas de calor em grande parte do hemisfério norte. A ciência nos diz que estes são os impactos da mudança climática e eles só continuarão se intensificando se ações imediatas não forem adotadas”.
Os investidores globais estão observando de perto e formulando suas expectativas para a rodada de negociações desta semana. Dr. Steve Waygood, Diretor de Investimentos Responsáveis da Aviva Investors, disse: “Depois de um verão de eventos climáticos extremos em todo o mundo, o risco que a mudança climática incontrolada representa nunca foi tão claro. É hora de os delegados dos países nas negociações climáticas da ONU desta semana chegarem a um acordo sobre regras ambiciosas e robustas para a implementação do Acordo de Paris. Como seguradora e investidor global, confiamos em um regime transparente e consistente para entregar a transição global essencial para uma economia de baixo carbono.”
Stephanie Pfeifer, CEO do Institutional Investors Group on Climate Change (organização que representa 160 investidores europeus com mais de 21 trilhões de euros em ativos) destacou: “O Acordo de Paris é fundamental para impulsionar investimentos de trilhões de dólares na economia global de baixo carbono. Um conjunto de regras de implementação ambicioso e transparente, responsabilizando os países pela prestação e ampliação de seus compromissos em relação às mudanças climáticas, trará segurança às políticas e fortalecerá a confiança dos investidores.”