POR – BRUNO BIANCHIN MARTIM DE KATOWICE, POLÔNIA, PARA NEO MONDO
Em um dos países mais frios da Europa, a multiculturalidade e a história são dois dos fatores
que mais impressionam na sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em 2018
Escolhida como sede da COP24 (Conferência sobre Mudanças Climáticas) pela ONU (Organização das Nações Unidas), a Polônia é um País multifacial, de cores e diversidade que vão além das tonalidades vermelha e branca de sua bandeira.
Devastada pelo exército de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial e em crise após o fim do comunismo soviético nas décadas seguintes, a nação se desenvolveu e buscou formas de auto afirmar-se no cenário europeu nos últimos trinta anos, com destaque nas áreas de alimentação, tecnologia, saúde e educação. Terra de João Paulo II, Nicolau Copérnico, Frederic Chopin, entre outros, o País é um dos principais destinos para quem quer conhecer o Leste Europeu, viver a globalização nas exs-repúblicas soviéticas no pós-comunismo, estudar ou fixar residência na Europa.
Esta é a terceira vez que a Polônia sedia uma edição de COP. As outras duas oportunidades aconteceram em 2008 e 2013, em Poznan e Varsóvia, respectivamente. A edição atual, em Katowice, teve início na última semana e acontecerá até esta sexta-feira, dia 14. A cidade é tradicionalmente associada à exploração de carvão, principal base energética do País, e à indústria pesada. Durante a conferência, a cidade de aproximadamente 300 mil habitantes deve receber cerca de 11 mil delegados de 196 países. O principal objetivo da Conferência sobre Mudanças Climáticas de 2018 é garantir a implementação de um plano de contenção para os efeitos das mudanças climáticas e definir as regras do Acordo de Paris, estabelecido em 2015, que visa limitar o aumento da temperatura global.
Confira abaixo 7 curiosidades sobre a Polônia:
Um dos maiores países da Europa
A Polônia tem um território de 312.679 quilômetros quadrados, sendo considerada a nona maior nação da Europa. Sua população é estimada em 38,5 milhões de habitantes. As principais cidades são: Varsóvia, Cracóvia, Poznan e Wroclaw. O País faz fronteira com Alemanha, República Checa, Eslováquia, Ucrânia, Bielorrússia e Lituânia.
Os pratos de dar água na boca
Na culinária, os principais pratos poloneses são a sopa de beterraba, o chucrute com linguiça, a carne de porco com legumes e as bistecas de porco empanadas. A batata é outro ingrediente muito presente na culinária polonesa, além de pães e doces tradicionais.
“A gastronomia é uma das principais manifestações da nossa cultura, já que resume os costumes e as origens do nosso povo. A comida também é vista como um elemento sagrado pelos poloneses, devido ao período da guerra, em que muitos não tinham o que comer”, diz a estudante polonesa, Karol Dabrowski.
A quantidade de rótulos de cervejas
Os poloneses adoram cerveja. O país tem mais de 80 marcas diferentes da bebida. Cada polonês consome uma média de 92 litros de cerveja por ano. Vale lembrar que, por lei, é proibido consumir bebidas alcoólicas em áreas públicas, como ruas e parques.
“As cervejas são a cara do povo polonês, e a bebida que mais apreciamos. Nos últimos anos têm surgido muitas cervejas artesanais, o que tem aumentado o número de rótulos nacionais e valorizado a produção local. Se você quer experimentar uma boa cerveja, venha para a Polônia”, comenta Andriy Kowalski, recepcionista em um hotel em Cracóvia.
Um dos principais palcos da Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial, seis milhões de poloneses morreram, principalmente judeus. Dos principais pontos históricos deste período estão o campo de concentração de Auschwitz, a Fábrica de Oskar Schindler e o Gueto de Varsóvia, símbolo de resistência judia.
A língua polaca
A língua polaca (polski) é falada por cerca de 60 milhões de pessoas. Além da Polônia, é também usada na Lituânia, Bielorrússia, Ucrânia, Brasil (em várias cidades dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo), Reino Unido, França, Argentina, Estados Unidos, Israel e Canadá. Depois do russo, é o idioma eslavo mais falado no mundo. A literatura polaca já conquistou quatro prêmios Nobel: Henryk Sienkiewicz (1905), Władysław Reymont (1924), Czesław Miłosz (1980) e Wisława Szymborska (1996).
O pós-guerra e a União Soviética
Em 1944, a República Popular da Polônia foi proclamada e, em 1947, depois de um breve período de conflitos, referendos e eleições fraudadas, o País se tornou um Estado satélite do Império Soviético. Durante as Revoluções de 1989, o governo comunista polonês foi derrubado e a Polônia adotou uma nova constituição, que estabeleceu o País como uma democracia e o renomeou para Terceira República Polonesa.
A imigração para o Brasil
Muitos poloneses vieram para o Brasil nos dois últimos séculos, estabelecendo-se principalmente nas regiões do Rio Grande do Sul e do Paraná. Estima-se que cerca de 3,5 milhões de brasileiros sejam descendentes de poloneses. Alguns famosos são: Alexandre Herchcovitch, Dan Stulbach e Paulo Leminsky.