POR – *HENRIQUE CURY, PARA NEO MONDO
O acumulo de substâncias encontradas no ar pode ser nocivo à saúde e ao meio ambiente. Desse problema, chegamos à questão da qualidade do ar em ambientes internos, a chamada “Poluição Indoor”. As pessoas passam 90% de seu tempo em ambientes internos (residência, trabalho, escola, etc) e, além disso, a contaminação nesses locais podem ser de 5 a 10 vezes piores que a do ar externo. Sem falar da possibilidade de infestação de fungos e mofos bastante elevada, tornando-se uma ameaça.
Em prédios públicos e de uso coletivo, como escolas, shoppings, hotéis, restaurantes e hospitais, com grande circulação de pessoas, o risco de doenças ainda é maior. Os microrganismos encontrados no ar estão em nível muito elevado nesses locais, tornando mais comum as infecções.
São vários os fatores que podem causar enfermidades, além dos microorganismos e bactérias encontrados no ar, produtos de limpeza, fumaça, tinta, poeira, cloro, cigarro entre outros, podem deixar a saúde do ocupante do local fragilizada. Quanto mais contaminação se tem dentro de um ambiente, mais sobrecarregado fica o sistema imunológico.
Durante muito tempo, os setores de ar condicionado e refrigeração se valiam apenas de limpezas manuais de filtros e manutenções periódica dos equipamentos. Com relação aos odores nos ambientes, os produtos conhecidos como “cheirinho” se fizeram muito presentes, porém são itens com grande concentração química, ou seja, ao usar esses produtos inserimos ao ambiente mais resíduo químico, piorando a situação e não resolvendo o problema.
Pensando em eliminar ou minimizar riscos potenciais à saúde dos ocupantes, no inicio do ano, foi sancionada a Lei Federal 13.589, que torna obrigatória a execução de um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) de sistemas e aparelhos de ar condicionado em edifícios público e de uso coletivo. Todos os estabelecimentos deverão estar regularizados, sob pena de multa.
Hoje, está disponível no mercado, tanto paras as residências, quanto para os grandes empreendimentos, um amplo portfólio de tecnologias para a medição e descontaminação do ar nos ambientes interno e dos equipamentos de ar condicionado que, além de atenderem essa nova lei, trazem benefícios aos ocupantes das edificações, ao meio ambiente e economia.
Essas tecnologias possibilitam que as indústrias planejem seus sistemas de ar condicionado de maneira a obter o melhor uso deles, que reduzam a mão de obra, o uso de energia e, ainda que se valham de ambientes mais limpos. Quanto antes houver o planejamento do uso de equipamentos de prevenção e cuidado, menor é a necessidade de manutenção, melhor é o funcionamento do produto, assim como a qualidade do ar que ele vai manter nos ambientes.
Estudos comprovam que ambientes saudáveis, com boa iluminação, boa qualidade do ar, entre outros fatores, podem gerar aumentos de 8% a 11% na produtividade.
Além disso, a correta manutenção desses equipamentos pode gerar economia na conta de luz, 60% do consumo de energia de uma edificação vem dos sistemas de ar-condicionado.
Mesmo com tantos problemas de bem estar, doenças respiratórias e desperdício de energia e dinheiro, chegamos ao ponto de que seja necessária uma lei para garantir a saúde desses locais.
*Henrique Cury é membro atuante do Qualindoor, Departamento Nacional de Qualidade do Ar Interno da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) e diretor da EcoQuest do Brasil.