Fabio Schvartsman promete criar “colchão” de segurança Arquivo/Tomaz Silva/Agência Brasil
POR – AGÊNCIA BRASIL / NEO MONDO
Após sobrevoar nesse domingo (27), a região atingida pelo rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que deixou pelo menos 60 mortos, o presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman, anunciou plano para um novo padrão de segurança nas barragens de rejeitos de mineração
Após acompanhar o trabalho de apoio aos atingidos, Schvartsman informou que o grupo de trabalho deve apresentar, nos próximos dias, um plano para “superar os parâmetros mais rigorosos existentes hoje no Brasil e no mundo” em termos de segurança nas barragens.
“Me parece que só tem uma solução: nós temos que ir além de qualquer norma, nacional ou internacional. Nós vamos criar um colchão de segurança bastante superior ao que existe hoje”, disse o presidente.
De acordo com a Vale, a Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão recebeu rejeitos de mineração até 2015 e estava inativa desde então. Segundo a empresa, a barragem não tinha a presença de lago e estava em processo de desenvolvimento do projeto de descomissionamento (procedimentos técnicos e de engenharia para assegurar que a desativação atinja condições de segurança, de preservação ambiental, confiabilidade e rastreabilidade de informações e documentos).
A barragem, com 86 metros de altura e 720 metros de comprimento da crista, foi construída em 1976 pela Ferteco Mineração, empresa adquirida pela Vale em 2001. A área ocupada pelos rejeitos era de 249,5 mil metros quadrados, com volume de 11,7 milhões de metros cúbicos.
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No ano passado, foram emitidas duas declarações de Condição de Estabilidade da barragem pela TUV SUD do Brasil, empresa internacional especializada em Geotecnia, uma em 13 de junho e outra em 26 de setembro, ambas referentes aos processos de Revisão Periódica de Segurança de Barragens e Inspeção Regular de Segurança de Barragens.
“A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade mencionadas atestavam a segurança física e hidráulica da barragem”, informa a Vale.
Sobre outras estruturas da Mina do Córrego de Feijão, a empresa informa que a Barragem 6, que contém 843,8 mil metros cúbicos de rejeito, passou por inspeção logo após o rompimento da Barragem 1. “Constatou-se que a estrutura se manteve dentro dos parâmetros de segurança exigidos, mesmo após ter sofrido impacto dos rejeitos”, informou a Vale. “A barragem está sendo monitorada constantemente por dois radares, sendo um deles a cada 3 minutos com acompanhamento em tempo real”, acrescentou.
Na manhã de ontem, por volta de 5h30, foi emitido alerta de Nível 2 na Barragem 6, devido ao aumento dos níveis de água, sendo baixada a classificação para Nível 1 por volta das 15h.