Papagaio-de-cara-roxa – Foto: Divulgação
POR – PG1 COMUNICAÇÃO / NEO MONDO
Campanha de arrecadação está sendo feita via financiamento coletivo; monitoramento é a principal ferramenta para a avaliação do status da espécie
Viabilizar a realização do monitoramento anual do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis). Esse é o objetivo da campanha de financiamento coletivo “Ajude o Censo Populacional do Papagaio-de-cara-roxa 2019”, promovida pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), instituição do terceiro setor focada em conservação da natureza. A campanha segue até o dia 27 de maio e busca arrecadar R$ 20 mil. Neste ano, o censo será realizado entre os dias 31 de maio e 2 de junho.
O monitoramento, realizado anualmente pela equipe do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa em uma estreita faixa de planície entre o litoral sul de São Paulo ao litoral do Paraná, é o principal indicador dos resultados do projeto, pois a partir dele é possível avaliar se a população da espécie está se reproduzindo e conseguindo se manter mesmo com ameaças frequentes, como a redução da área de distribuição e o tráfico ilegal de filhotes.
Filhote de papagaio-de-cara-roxa – Foto: Divulgação
As contagens do censo acontecem ao amanhecer, quando os papagaios saem dos dormitórios para buscar alimento, e ao entardecer, quando voltam para descansar. São feitas quatro contagens em cada um dos dormitórios, envolvendo a participação da equipe do Projeto e aproximadamente 45 voluntários, entre eles moradores da região, pesquisadores, estudantes de biologia, veterinária, engenharia florestal, turismo, além de conservacionistas. Os recursos arrecadados serão destinados a cobrir as despesas operacionais e de logística do processo, que envolve os custos com deslocamento, alimentação e treinamento de voluntários.
O Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa completou, em 2018, 20 anos acompanhando o desenvolvimento da espécie e contribuindo para o recente aumento da população. De acordo com a bióloga e coordenadora do Projeto, Elenise Sipinski, durante essas duas décadas, os dados do monitoramento populacional subsidiaram a avaliação do status da espécie, classificada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) inicialmente como ‘vulnerável’, e a partir de 2014 para ‘quase ameaçada’. “Isso indica a eficiência das ações para sua proteção”, observa Elenise. “Nas últimas duas décadas, conduzimos o Projeto sem interrupções. Precisamos do apoio da sociedade para continuarmos fazendo um bom trabalho em prol da conservação da espécie”, finaliza.
Até o momento, a campanha já conta com alguns apoiadores, como o Parque das Aves. Os interessados em colaborar com o Projeto podem acessar a campanha de financiamento coletivo através deste link.