Documento une empresas, governos e outras organizações para estabelecer uma visão e metas comuns para abordar os resíduos de plástico e a poluição na sua origem. É liderado pela Fundação Ellen MacArthur, em colaboração com a ONU Meio Ambiente
Por – Eleni Lopes, DIRETORA DE REDAÇÃO
A destinação dos resíduos plásticos é uma das maiores preocupações ambientais no mundo. O uso e a destinação do material é tema de discussões que vão deste banimento até o desenvolvimento de materiais alternativos.
Lançado em outubro de 2018, o novo Compromisso Global da Economia de Plásticos reúne mais de 350 organizações em torno de uma visão de uma economia circular para os plásticos, mantendo-os na cadeia de consumo e fora do oceano.
NEO MONDO reproduz, exclusivamente, os principais pontos do Compromisso Global divulgado pela Fundação Ellen MacArthur:
1) Eliminação de embalagens plásticas problemáticas ou desnecessárias por meio de redesenho, inovação e novos modelos de entrega é uma prioridade. Os plásticos trazem muitos benefícios, mas, ao mesmo tempo, existem alguns itens problemáticos no mercado que precisam ser eliminados para alcançar uma economia circular.
2) Os modelos de reutilização são aplicados onde relevante, reduzindo a necessidade de embalagem de uso único. Embora melhorar a reciclagem seja crucial, não podemos reciclar nossa maneira de sair das questões de plásticos que enfrentamos atualmente. Sempre que relevante, os modelos de negócios de reutilização devem ser explorados.
3) Todas as embalagens plásticas são 100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis. Isso requer uma combinação de redesenho e inovação em modelos de negócios, materiais, design de embalagem e tecnologias de reprocessamento. A embalagem de plástico compostável não é uma solução geral, mas sim uma saída para aplicações específicas e direcionadas.
4) Todas as embalagens plásticas são reutilizadas, recicladas ou compostadas na prática. Nenhum plástico deve acabar no meio ambiente. Aterros, incineração e desperdício de energia não fazem parte da economia circular. As empresas que produzem e / ou vendem embalagens têm uma responsabilidade além do design e uso de suas embalagens, o que inclui contribuir para que sejam coletadas e reutilizadas, recicladas ou compostadas na prática. Os governos são essenciais na criação de uma infraestrutura efetiva de cobrança, facilitando o estabelecimento de mecanismos de financiamento de autossustentação correlatos e proporcionando um cenário normativo e político favorável.
5) O uso de plásticos é totalmente dissociado do consumo de recursos finitos. Isso deve acontecer, em primeiro lugar, através da redução do uso de plásticos virgens (por meio de desmaterialização, reutilização e reciclagem). O uso de conteúdo reciclado é essencial (legal e tecnicamente possível) tanto para se dissociar de matérias-primas finitas quanto para estimular a demanda de coleta e reciclagem. Com o tempo, os insumos virgens remanescentes (se houver) devem mudar para insumos renováveis, comprovadamente benéficos ao meio ambiente e provenientes de fontes manejadas com responsabilidade. Com o tempo, a produção e a reciclagem de plásticos devem ser totalmente alimentadas por energia renovável.
6) O uso de produtos químicos perigosos em embalagens e seus processos de fabricação e reciclagem devem ser eliminados (se ainda não foram feitos). É essencial respeitar a saúde, a segurança e os direitos de todas as pessoas envolvidas em todas as partes da cadeia de plásticos e, particularmente, melhorar as condições de trabalho nos setores informais (catadores de materiais recicláveis).