Ipê amarelo – Foto: Pixabay
POR – CENTRAL PRESS / NEO MONDO
Confira as principais mudanças observadas na natureza com a chegada do inverno, em diferentes regiões do Brasil
Entre os dias 21 de junho e 22 de setembro, o inverno passa a ser a estação do ano no Hemisfério Sul. Esse período é conhecido pelas temperaturas baixas, dias mais curtos e noites mais longas, porém, as características variam em cada região do País.
Neve
Não é comum, mas é possível encontrar neve no Brasil. Mais frequentes em países da América do Norte e da Europa, esses flocos de gelo se formam em locais com temperatura próxima ou abaixo de zero grau, sem vento e com pouca umidade, características do clima subtropical da região Sul do País. O cenário fica ainda mais favorável em grandes altitudes e altas latitudes, em cidades serranas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A neve é mais comum na região Sul do País – Foto: Felipe Vieira
Queimadas e floradas
Considerada a savana mais rica em biodiversidade no mundo, o Cerrado se transforma durante o inverno. “Com a estação mais seca e as temperaturas mais amenas, verificamos o recolhimento de alguns animais, principalmente répteis e anfíbios, que aguardam a volta das chuvas para se reproduzirem. Até mesmo as aves e mamíferos se locomovem menos pelo Cerrado durante os meses do inverno”, explica o biólogo, professor da Universidade de Brasília e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Reuber Brandão.
Segundo ele, é possível verificar o fenômeno das queimadas durante a estação, principalmente nos meses mais secos e quentes – entre agosto e setembro. Nesse período, o fogo é mais intenso, atingindo extensões maiores e causando risco para os animais, principalmente os que não conseguem se “entocar”, como os tamanduás.
Outro fenômeno que chama atenção nessa época do ano é a florada de algumas árvores do Cerrado. “Os ipês roxos, amarelos e rosas florescem nos meses de agosto e setembro e indicam, junto com a chegada das tesourinhas, que o período mais seco está terminando”, finaliza o especialista.
Visita das baleias
Entre os meses de julho e novembro, o litoral brasileiro recebe a visita das baleias jubarte e franca. “Durante o inverno, as baleias migram para águas tropicais e subtropicais e se aproximam da costa do País para a reprodução. No verão, elas retornam às águas polares para se alimentarem”, afirma a analista de Projetos Ambientais da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Janaina Bumbeer.
Esses mamíferos podem ser vistos em diversos pontos pelo País. É mais comum observar baleias jubarte no Parque Nacional Marinho de Abrolhos, no litoral baiano. No inverno e na primavera, a região funciona como berçário para o maior grupo de baleias jubarte do mundo. Já as baleias francas se concentram no estado de Santa Catarina. A Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca foi criada em 2000 justamente para preservar o habitat da espécie e ordenar atividades turísticas e de pesquisa. “Tanto no Norte como no Sul do Brasil é possível avistar as baleias. Mas observação deve ser feita sem interferir nos animais, para não impactar o desenvolvimento da espécie”, destaca Janaina.
Baleia Jubarte – Foto: Pixabay
Regiões alagadas
Localizada predominantemente no Norte do País, a região amazônica recebe praticamente a mesma quantidade de energia solar durante todo o ano, fazendo com que as estações não apresentem tanta variação. É possível observar apenas um período mais chuvoso e outro mais seco. Entre os meses de junho e setembro chove menos, contudo, o excesso de chuva dos meses anteriores faz com que os rios fiquem cheios, chegando a atingir o topo das árvores, o que facilita a navegação e altera a paisagem, criando condições mais adequadas para o turismo. O clima mais seco também favorece o aumento das temperaturas, o que torna a estação do ano mais quente do que o próprio verão.
Animais à vista
Diferente da Amazônia, que permanece alagada no inverno, no Pantanal o nível dos rios tende a baixar nesta época do ano. Assim, os animais da região ficam mais visíveis, como capivaras, jacarés, aves, macacos e até a onça pintada. O volume baixo dos rios também permite fazer os tradicionais passeios de barco para observar a fauna e a flora do bioma.