POR – 1 PAPO RETO, PARA COALIZÃO VERDE (1 PAPO RETO, CENÁRIO AGRO e NEO MONDO)
A morte de onze alpinistas, ocorrida em maio deste ano, colocou uma pressão adicional sobre o governo do Nepal, que não admitiu que a tragédia teria sido causada por excesso de pessoas tentando escalar o Monte Everest
Em vez disso, o ministro do Turismo e da Aviação, Mohan Krishna Sapkota, preferiu culpar os fatores climáticos, o estado dos equipamentos e até falhas técnicas (como uma inadequada suplementação de oxigênio). Numa entrevista para a agência Associated Press, concedida em maio, ele foi categórico: “Os problemas não se devem ao excesso de alpinistas nas trilhas”, disse. “E as pessoas devem continuar vindo para o Everest em busca de prazer e fama!”.
Nos últimos dias, no entanto, o governo nepalês começou a emitir sinais de que estava revendo essa posição. Após conceder um recorde de 381 permissões para alpinistas, na temporada 2019, um colegiado de especialistas advertiu sobre a necessidade de as autoridades apertarem o cerco. As sugestões preveem as seguintes mudanças: em vez de mostrar apenas um atestado médico dizendo estar apto ao desafio, os candidatos a “heróis” terão de provar que já escalaram montanhas com, pelo menos, 6.5 mil metros de altura. Mais. Também terão de desembolsar pelo menos US$ 35 mil pela permissão de subir ao topo do mundo!
O objetivo é barrar os alpinistas inexperientes, cuja empolgação coloca em risco a própria vida e a dos demais companheiros de aventura. Este é um problema considerado especialmente crítico na chamada Zona da Morte, como é conhecido o percurso final de 50 metros até o cume. É neste momento que acontece o maior desafio, pois os alpinistas têm poucas horas para evitar que seus pulmões se encham de água.