Joaquim Phoenix em O Coringa – Foto: Divulgação
POR – Amazon Watch e Extinction Rebellion / NEO MONDO
Curta-metragem Guardiões da Vida, uma produção das organizações Amazon Watch e Extinction Rebellion, faz um chamado para o papel crucial dos povos indígenas para a manutenção da floresta em pé e pede urgência na luta pela emergência climática
O filme é o primeiro de uma série de 12 episódios que explorará as questões mais prementes desta década vital para a sobrevivência de toda a humanidade. Mais estrelas de Hollywood são cotadas para usar sua influência em defesa deste movimento.
Favorito ao Oscar de melhor ator por sua interpretação em O Coringa, Joaquin Phoenix interpreta um cirurgião em um novo curta-metragem que tem como história central a Amazônia e sua profunda relação com os povos indígenas.
O filme Guardiões da Vida é uma produção das organizações e Amazon Watch e Extinction Rebellion e faz um chamado à ação para enfrentar a emergência climática e ecológica que o planeta e a humanidade atravessam na atualidade com a perda acelerada de biodiversidade e a explosão do desmatamento nas principais florestas tropicais do mundo em razão de incêndios de grandes proporções, secas prolongadas e inundações devastadoras ao redor do globo.
Foto – Tumisu por Pixabay
Veja o vídeo (em inglês) aqui.
Para Phoenix, o filme é um chamado à ação. “O fato é que estamos cortando e queimando florestas tropicais e vendo os efeitos negativos dessas ações em todo o mundo. As pessoas não percebem que ainda há tempo, mas apenas se agirmos agora e fizermos mudanças significativas. Isso inclui nossas decisões de consumo, porque não podemos esperar que os governos resolvam essas questões para nós. Não podemos esperar até a próxima eleição para fazer essas mudanças. Temos uma responsabilidade pessoal de fazer mudanças em nossas próprias vidas e agir agora”. Recentemente, Phoenix foi preso em um protesto organizado pela atriz Jane Fonda em Washington DC, nos Estados Unidos, quando falou sobre a ligação das mudanças climáticas e a agricultura animal.
Ao lado de Phoenix, uma série de estrelas de Hollywood participam do curta de dois minutos, incluindo Rosario Dawson, Matthew Modine, Q’orianka Kilcher, Oona Chaplin, Adria Arjona e Albert Hammond Jr., do The Strokes, tendo Shaun Monson como diretor do filme.
Monson explicou que “em vez de focar no desmatamento, derretimento dos glaciares e extinção de espécies, usamos uma história como uma metáfora . A Amazônia é chamada de pulmão ou coração do mundo, mas, no lugar de imagens documentais, propusemos um ambiente de emergência com médicos e enfermeiras tentando salvar um paciente invisível com insuficiência cardíaca sistêmica. A reviravolta do curta não é apenas revelar quem são os paramédicos, mas quem eles tentando salvar.”
Sobre o filme, Leila Salazar-López, diretora-executiva da Amazon Watch, organização ambiental e de direitos humanos que atua em solidariedade a diversos povos indígenas da Amazônia, afirma que “uma mulher indígena que salva a Amazônia não é uma metáfora, a realidade da floresta. A floresta amazônica é o coração do nosso planeta e os povos indígenas são os guardiões essenciais para a manutenção da floresta e para o nosso futuro comum.”
Foto – Divulgação
Para Sônia Guajajara, coordenadora-executiva da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), o filme é muito importante para os povos indígenas do Brasil neste momento. “Este filme é uma prova do engajamento artístico internacional em torno da Amazônia e do entendimento do papel dos povos indígenas na defesa das florestas, do planeta e da vida. Precisamos da solidariedade internacional e do suporte daqueles que possam ampliar nossas vozes para que pedidos por ajuda cheguem a mais pessoas, dando visibilidade à nossa luta e denunciando a destruição da Amazônia e a violência contra os povos que defendem a sua existência”.
Q’orianka Kilcher, atriz que interpreta a médica indígena do filme, disse que “como atriz indígena, sinto uma forte responsabilidade de usar minha influência para ampliar as vozes que raramente são ouvidas, incluindo todos os defensores indígenas ao redor do mundo, que são os protetores de nossa Mãe Terra, da floresta amazônica, de toda a biodiversidade e animais.”
O curta é o primeiro de uma série de doze episódios planejada pelo movimento ativista Extinction Rebellion em colaboração com a Mobilize Earth. Cada episódio contará uma história sobre as questões mais urgentes que a espécie humana enfrenta à medida que avançamos para uma década decisiva para a continuação da vida no planeta nas condições atuais, como defendido por muitos cientistas, ativistas do clima e parlamentares.
Gail Bradbrook, cofundadora do Extinction Rebellion, espera que este seja um dos primeiros sinais de Hollywood para usar sua influência para dizer a verdade sobre a gravidade da crise climática e ecológica: “Ainda há uma desconexão entre as coisas ruins e a ação que precisa acontecer. Mas essa lacuna está diminuindo. Há pessoas mais importantes começando a romper fileiras, a dizer a verdade e agir de verdade.”
O site do projeto www.mobilize.earth busca promover a conscientização e levar pessoas para a ação. As doações serão direcionadas ao trabalho da Amazon Watch em apoio aos povos indígenas na Amazônia e do Extinction Rebellion na luta pela emergência climática.
O próximo filme da série abordará o tema da negação, perguntando por que nós, como espécie, escolhemos ignorar os sinais de alerta em vez de decidir agir agora na emergência climática e ecológica.