Usina solar no Piauí – Foto: Divulgação
POR – ROSENILDO FERREIRA, PARA COALIZÃO VERDE (1 PAPO RETO e NEO MONDO)
Ao longo das décadas de 1990, 2000 e 2010 os defensores das fontes alternativas de energia foram duramente criticados: ao centro, à direita e à esquerda
A argumentação mais usada se baseava no fato de não se poder controlar a potência do sol ou a força dos ventos. Na sexta-feira (28/2), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), anunciou que a geração instantânea das usinas solares atingiu pico de 1.257 Mega Watts (MW). Trata-se de um volume suficiente para suprir 10,1% da demanda do Nordeste.
O recorde anterior, de 1.232 MW, havia sido atingido há pouco mais de 30 dias. O que comprova o acerto de quem investiu nessa modalidade de geração de energia. De acordo com as entidades do setor, o Nordeste passa por um boom de investimentos em fazendas solares, semelhante ao vivido pelo segmento eólico no decênio 2005-2015.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a região conta com 54 usinas solares em operação, com potência total de 1.513 MW. Dez delas começaram a operar ao longo de 2019.
A expectativa é que o número rompa a barreira das 100 usinas, levando-se em conta as 68 licenças outorgadas, das quais 23 estão em construção. Com isso, a capacidade instalada deve adicionar 3.448 MW ao sistema, representando investimento de R$ 23,3 bilhões.
Os estados que estão na mira dos investidores são Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. Coincidentemente são os mesmos onde a força dos ventos atraiu grande projetos eólicos. Em ambos os casos, o país apresenta uma performance acima das demais nações que apostam em energias alternativas, notadamente os da Europa. No caso da geração solar, o fator de capacidade médio é 54% maior.
Colaboram para isso a posição geográfica e o fato de os projetos serem novos e utilizarem tecnologias atuais mais modernas que a dos projetos das décadas de 1980 e 1990, quando os sistemas começam a ser instados na Europa e nos Estados Unidos.