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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
No dia 22/03 é comemorado o Dia Mundial da Água. Se imaginarmos a Terra como um organismo vivo, podemos, numa analogia, entender que a água é seu sangue
Como num corpo, se o sangue faltar ou estiver contaminado, a vida estará comprometida. Parece óbvio, mas há anos a problemática da água – seja sua escassez, sua qualidade, sua importância, nossa dependência dela ou a preservação de seu fluxo e ciclo de existência – é conhecida e discutida por todos, desde os primeiros anos escolares.
Por que então, ainda não a utilizamos racionalmente? Por que temos rios poluídos, apagões de energia, doenças por falta de saneamento?
O Brasil tem problemas que envolvem a qualidade e a quantidade, mas talvez o pior de todos ainda esteja ligado a falta de uma educação ambiental, que coíba o desperdício e o mau uso.
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Neste momento, todas as atenções estão voltadas para a luta contra o novo coronavírus (Covid-19) e um cuidado de higiene é fundamental para evitar pegar a doença e propagar o vírus da Sars-cov-2: lavar corretamente as mãos. Mas, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), duas em cada cinco pessoas em todo o mundo não têm instalações básicas para se lavar as mãos, de acordo com os dados mais recentes.
Conforme o Unicef, 40% da população mundial, ou 3 bilhões de pessoas, não têm lavatório com água e sabão em casa e quase três quartos das pessoas nos países menos desenvolvidos não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa.
O Unicef afirma ainda que 47% das escolas, que abrigam 900 milhões de crianças em idade escolar, não têm um lavatório adequado.
Nos estabelecimentos de saúde de todo o mundo, 16% não tinham banheiros funcionais ou instalações para lavar as mãos nos pontos de atendimento onde os pacientes são tratados.
“Lavar as mãos com sabão é uma das coisas mais baratas e eficazes que você pode fazer para proteger você mesmo e os outros contra o coronavírus, bem como contra muitas outras doenças infecciosas. No entanto, para bilhões, mesmo as medidas mais básicas estão simplesmente fora de alcance”, disse Sanjay Wijesekera, diretor de Programas do Unicef.
O fundo apresentou ainda outros dados que mostram a precariedade dos serviços de saneamento básico em todo o mundo. Na África ao sul do Saara, 63% da população nas áreas urbanas, ou 258 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Na Ásia Central e Meridional, 22% da população nas áreas urbanas, ou 153 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos; quase 50% dos bengaleses urbanos, 29 milhões de pessoas, 20% dos indianos urbanos, ou 91 milhões de pessoas, carecem de instalações básicas para lavar as mãos em casa.
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Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), na média brasileira, 83,5% da população é servida por rede de água e apenas 52,4% tem o esgoto coletado, do qual somente 46% é tratado, conforme os dados mais recentes divulgados em fevereiro. Esses percentuais pouco subiram nos últimos anos, ligando o alerta para a impossibilidade de se cumprir as metas de universalização do saneamento até 2033, conforme o Plano Nacional de Abastecimento (PlanSab), de 2013.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou estudo que prevê que quatro em cada 10 litros de água são perdidos no Brasil antes de chegar à população. Conforme a confederação, 34 milhões de brasileiros não têm água encanada e quase 40% dos recursos hídricos se perdem por desvios e infraestrutura deteriorada.
Estudiosos preveem que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações. Já existem sinais dessa tenção em áreas do Planeta como oriente Médio e África.
A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, representa 0,3% do total da água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aquíferos, nas calotas polares, geleiras e outros reservatórios, como pântanos por exemplo.
o Brasil possui cerce de 12% da água doce superficial existente no mundo, porém, sua distribuição é desigual pelo território nacional, concentrando-se principalmente na Bacia Amazônica.
“A gota d’água vertida com zelo de causa justa tem o valor de uma vida para quem sabe o que ela custa!”
Carolina Ramos poetisa
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