Muito já se avançou, mas ainda há muito a conquistar para a chegar à equidade de gêneros nas empresas
Eleni Lopes, diretora de redação de NEO MONDO
Estudo da McKinsey & Company mostra que, apesar do progresso nos níveis seniores, as mulheres permanecem sub-representadas nos cargos de liderança. Por este motivo, as empresas devem investir na criação de uma cultura forte de diversidade e inclusão
A McKinsey & Company divulgou o resultado de sua pesquisa global Women in the Worplace 2019 (em português, Mulheres no Ambiente de Trabalho 2019). O estudo foi feito com base na análise dos dados colhidos em 590 empresas, que juntas empregam mais de de 22 milhões de pessoas, por cinco anos. A avaliação mostra que muito já se avançou na equidade de gêneros no mercado de trabalho, no entanto duas constatações ainda saltam aos olhos:
Apesar do progresso nos níveis seniores, as mulheres permanecem sub-representadas nos cargos de liderança.
A lacuna na etapa anterior de retenção e desenvolvimento de candidatas ao nível gerencial é o maior obstáculo que as mulheres enfrentam no caminho para a liderança.
“Nos últimos cinco anos, vimos mais mulheres subirem para os principais níveis das empresas. Um número crescente de companhias está comprovando o valor de ter mais mulheres na liderança e estão provando que podem progredir na diversidade de gênero. Este é um passo importante na direção certa”, diz o documento. “Ainda assim, as mulheres continuam sub-representadas em todos os níveis. Para alterar os números, as empresas precisam focar onde está o verdadeiro problema. Costumamos falar sobre o “teto de vidro” que impede as mulheres de alcançar as posições de liderança sênior. Na realidade, o maior obstáculo que as mulheres enfrenta é muito mais cedo em suas carreiras, na primeira etapa: chegar ao nível gerencial. Consertar essa “lacuna” é a chave para alcançar a equidade”, complementa o estudo.
Para endereçar esta questão, o estudo sugere cinco passos para que as empresas enderecem a lacuna para a conquista de equidade de gênero:
Estabelecer uma meta para ter mais mulheres no primeiro nível gerencial: as empresas devem estabelecer metas agressivas de contratação e promoções, dada a importância de consertar esta lacuna.
Exigir representatividade nas discussões de contratação e promoção.
Garantir que os avaliadores sejam treinados para identificar seus “vieses inconscientes”: nas empresas com maior equidade de gênero na liderança, metade dos funcionários receberam este treinamento.
Estabelecer critérios claros de avaliação: as ferramentas de avaliação de performance devem ser fáceis de usar e para reunir critérios objetivos e mensuráveis.
Garantir maior presença feminina na etapa de seleção para cargos gerencias: para que isso aconteça, são necessários treinamento de liderança, mentoria, desenvolvimento e treinamentos num renovado senso de urgência.
“Por fim, para alcançar a verdadeira equidade, as empresas também devem investir na criação de uma cultura forte de diversidade e inclusão. Isso significa colocar três importantes elementos fundamentais em prática: igualdade de oportunidades e justiça; flexibilidade na vida profissional; e um local de trabalho seguro e respeitoso”, adverte a pesquisa.