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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Evento reunirá lideranças e organizações que atuam em prol da conservação da biodiversidade no Brasil e no mundo para debater os impactos da extinção de espécies e da mudança climática, bem como estratégias e oportunidades para a restauração
A degradação dos ecossistemas terrestres e marinhos compromete o bem-estar de 3,2 bilhões de pessoas em todo o planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Para mudar essa realidade, somar esforços e preparar os setores no Brasil para a Década da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, dezenas de instituições e especialistas com trabalhos reconhecidos mundialmente se reúnem no evento virtual Conservação Integrada Summit, de 30 de novembro a 04 de dezembro.
“O Summit 2021-2030 nasce como uma proposta de comunidade, onde todos pensam juntos e buscam soluções para reverter a degradação dos ecossistemas. Se até um ano atrás nós falávamos em conservação, os últimos acontecimentos, como os incêndios no Pantanal, nos mostram que se não agirmos rápido e buscarmos formas de recuperar a natureza, dificilmente conseguiremos deixar um bom legado para as futuras gerações. Precisamos agir, e rápido”, adverte Fernando Sousa, Diretor Executivo Institucional e Sustentabilidade no Grupo Cataratas e Diretor no Instituto Conhecer para Conservar (ICC).
Organizado em parceria pelo Grupo Cataratas, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB) e Instituto Conhecer para Conservar (ICC), o Summit será 100% gratuito e totalmente online com transmissão pelo site da Academia da Conservação.
Serão 15 mesas redondas, com cerca de 70 palestrantes, em mais de 20 horas de conteúdo exclusivo sobre os desafios e oportunidades para a biodiversidade e para a conservação dos ecossistemas. Entre os nomes já confirmados estão a lendária bióloga marinha Sylvia Earle, a Secretária Executiva da Convenção sobre a Diversidade Biológica, Elizabeth Mrema, a Diretora Executiva Adjunta do PNUMA, Joyce Msuya, a CEO do Zoos Victoria na Austrália, Jenny Gray, o Secretário Executivo da Associação Mico-Leão-Dourado, Luís Paulo Ferraz, o pesquisador Braulio Dias, o economista Sérgio Besserman, o fotógrafo Sebastião Salgado e as jornalistas Sônia Bridi e Cristina Serra.
As informações sobre a programação e os painéis poderão ser acessadas através do site academiadaconservacao.com.br. A plataforma, lançada pelo ICC e focada em conservação integrada, é um local de convergência para troca de conhecimentos e experiências sobre o tema, com conteúdos colaborativos e cursos complementares.
Sobre a Década da Restauração de Ecossistemas (2021-2030)
A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que o período de 2021-2030 será a “Década da Restauração de Ecossistemas”, que tem como principal objetivo aumentar os esforços para restaurar ecossistemas degradados, criando medidas eficientes para combater a crise climática, alimentar, hídrica, e da perda de biodiversidade.
A Representante do PNUMA no Brasil, Denise Hamú, lembra que “quando falamos em restauração, muitas pessoas pensam nas florestas. Elas estão sim ameaçadas e são vitais para o planeta e para o ser humano. Mas outros ecossistemas, a exemplo de pântanos, pradarias, savanas (como o Cerrado brasileiro) e corais, também estão entrando em colapso e são essenciais para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, que são a base da nossa sobrevivência enquanto espécie e sociedade”.
“A restauração de ecossistemas não é uma ideia nova, mas estamos em um momento crítico para agir. Por isso, a Década da Restauração, que começa no próximo ano, é lançada pela ONU mas deve ser apropriada pelas pessoas e organizações de diferentes setores. Ela chega para canalizar soluções e esforços locais e globais, fortalecer parcerias, impulsionar ações (novas e já em curso) e intensificar a troca de conhecimentos e boas práticas em prol do nosso meio ambiente”, complementa Hamú.
A importância de Zoológicos e Aquários na Década da Restauração
O último relatório sobre o impacto humano na natureza, publicado pela ONU, mostra que quase 1 milhão de espécies e plantas correm o risco de extinção. E, dentro deste contexto, zoológicos e aquários assumem um importante papel de sensibilização da sociedade para a importância da conservação da biodiversidade, por meio do desenvolvimento de pesquisas e ações de educação ambiental.