Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima. Foto: Márcia Alves/Observatório do Clima
POR – MAURÍCIO TUFFANI (DIRETO DA CIÊNCIA) / NEO MONDO
Apoio de Lira e Pacheco a Bolsonaro poderá gerar ‘votações de retrocessos em série’, diz secretário executivo do Observatório do Clima
Na noite de segunda-feira (1º), mal haviam sido eleitos os novos presidentes Arthur Lira (PP-AL), da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), do Senado, as perspectivas para o meio ambiente no Legislativo não eram nada animadoras para os ambientalistas.
Um dos primeiros a se posicionar sobre esse novo cenário foi Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, uma rede formada em 2002, composta atualmente por 56 ONGs. Na avaliação dele:
“Sozinho, o governo Bolsonaro já impõe prejuízos imensos ao meio ambiente e à luta contra as mudanças climáticas. Esperamos que os novos presidentes da Câmara e do Senado não resolvam se aliar ao Executivo em sua política de ‘passar a boiada’, ou veremos votações de retrocessos em série, estimulando ainda mais o desmatamento e o crime ambiental. Seria desastroso para o país e aprofundaria a crise de imagem do Brasil.”
Em seu perfil no Twitter, Astrini detalhou a agenda antiambiental do presidente Jair Bolsonaro e da bancada ruralista, apontando os seguintes tópicos:
- Extinção do ICMBio,
- enfraquecimento do licenciamento ambiental PL 191, que libera mineração em terras indigenas,
- CPI das ONGs e controle soc. civil,
- liberação venda de terras p/ estrangeiros,
- mutilação do código florestal,
- estímulo a grilagem de terras,
- leis facilitando caça de animais e criação (+ tráfico) de silvestres,
- PL do ‘liberou geral’ para agrotóxicos,
- CPI das ONGs e controle sociedade civil,
- liberação venda de terras p/ estrangeiros,
- mutilação do código florestal,
- estímulo a grilagem de terras, leis facilitando caça de animais e criação (+ tráfico) de silvestres,
- revisão (extinguir) Unidades de Conservação,
- revisão de demarcações de terras indígenas, e
- proibição da destruição de equipamentos usados pelo crime para prática do desmatamento e garimpo ilegal.
“Isso só pra começar”, acrescentou Astrini.
Foto – Divulgação