Avaliação Global de Metano é um dos estudos mais profundos de emissões globais – Foto: Banco Mundial/Lundrim Aliu
POR – ONU NEWS / NEO MONDO
Relatório realça que esta meta pode ser atingida com novas medidas; estudo cita impactos deste hidrocarboneto em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tome e Príncipe e Timor-Leste
Um novo relatório revela que mais da metade das emissões globais de metano são resultado da ação humana nas áreas de combustíveis fósseis, resíduos e agricultura.
O estudo, lançado nesta quinta-feira (06/05), realça que o problema pode ser reduzido em até 45% até 2030 com medidas atualmente disponíveis.
Aquecimento global
Os cortes nas emissões de metano seriam de baixo custo, os fundos rapidamente liberados e também evitado o aquecimento global em até 0,3 grau Celsius até 2040.
No total, essas ações poupariam 73 bilhões de horas de trabalho devido à exposição ao calor extremo e reduziriam a poluição do ar. Também seriam evitadas cerca de 255 mil mortes, a perda de 26 milhões de toneladas de safras e 775 mil visitas hospitalares relacionadas à asma.
O Brasil aparece à frente de outros países lusófonos ao chegar a registar 276 mortes por doenças respiratórias e cardíacas em cada 10 milhões de toneladas de metano. A seguir vêm Portugal com 39 e Guiné-Bissau com cinco.
São Tome e Príncipe, Moçambique e Cabo Verde reportaram quatro óbitos, Angola dois e Timor-Leste um.
Rendimentos
O Brasil é mencionado pela perda de 4.900 horas trabalho devido à exposição ao calor extremo depois da Índia, China e Indonésia. Brasil e Angola tiveram perdas de produção de milho por emissões de metano e integram 14 nações onde a situação afetou os rendimentos nessa área.
Portugal está em 15º lugar num grupo de economias nas quais se avaliou o custo em internações em hospitais por enfermidades respiratórias causadas pela exposição ao ozônio. Foram cerca de US $ 3,6 por paciente acima de 65 anos.
A Avaliação Global de Metano envolveu técnicos unidos numa força-tarefa formada pela Coalizão Climática e Ar Limpo e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.
A diretora do Programa da Força de Superpoluentes, Sarah Smith, participou no estudo. Ela disse que o documento realça que reduzir as emissões deste composto é “absolutamente crítico, extremamente benéfico e eminentemente alcançável”.
Oportunidade
A especialista destacou que a Avaliação Global de Metano é um dos estudos mais profundos de emissões globais do hidrocarboneto “deixa claro o que já se sabe há muito tempo: que se pode e deve reduzir imediatamente as emissões de metano.”
Smith realçou ainda que agora a oportunidade é clara, os benefícios são enormes e “não se pode cumprir as metas climáticas globais sem enfrentar imediatamente as emissões” deste composto.
O gás metano é considerado um superpoluente prejudicial que aquece o planeta mais de 80 vezes do que o dióxido de carbono nos primeiros 20 anos.
É responsável por um quarto do aquecimento global de hoje e seus níveis na atmosfera estão aumentando. A Força-Tarefa do Ar Limpo há muito defende uma regulamentação mais rigorosa das emissões deste hidrocarboneto nos setores de petróleo e gás.