Somente em setembro foram devastados 1.224 km² na região – Foto: Cícero Pedrosa Neto/ Amazônia Real
Por – Simone Lemos, Jornal da USP / Neo Mondo
Segundo Paulo Artaxo, a área desmatada já chega a 10.800 km², o que resulta em quedas no equilíbrio ecológico da floresta amazônica e na emissão de gases de efeito estufa
Segundo Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP, “hoje a área desmatada já chega a 10.800 km² e as políticas do governo brasileiro continuam a aumentar as taxas de desflorestamento na região. Como resultado, há quedas no equilíbrio ecológico da floresta amazônica e emissão de gás de efeito estufa, agravando o aquecimento global”.
Durante a Conferência, ocorreu uma negociação na qual se estabeleceu uma moratória do desmatamento global, definindo que a humanidade deveria atingir um desmatamento zero em 2030. O professor Artaxo lembra que “ainda é preciso uma regulamentação e o estabelecimento de mecanismos financeiros” para que isso possa ser realizado. No encontro da COP 26, o Brasil e mais de 100 países, em um esforço global, se comprometeram a reduzir em 30%, se comparado aos níveis de 2020, as emissões de metano até 2030. Metade dos 30 principais emissores do gás, responsáveis por dois terços da economia global, assinou o documento. O Brasil é o quinto maior emissor. O professor Artaxo lembra que “a pecuária e a exploração de gás natural são as principais fontes de emissão do gás metano.”