Mata Atlântica – Foto: Pixabay
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
A iniciativa tem como meta alcançar 20 territórios, disponibilizando cerca de R$ 20 milhões a cada região, para desenvolver negócios ou ideias com potencial de conservação da natureza e geração de prosperidade econômica para comunidades locais. O primeiro território é o da Grande Reserva Mata Atlântica, que engloba 50 municípios de SP, PR e SC
O suporte a negócios de impacto positivo em 20 territórios brasileiros com potencial ambiental e econômico é o caminho a ser trilhado por um grupo de instituições para promover o desenvolvimento de comunidades locais e a conservação da natureza. A partir de uma plataforma de soluções financeiras criativas, para guiar o fluxo do dinheiro para esses empreendimentos, o Programa Territórios Regenerativos tem como meta, até 2030, direcionar cerca de R$ 20 milhões para cada região, contribuindo com o crescimento de pequenas e médias empresas que gerem impacto socioambiental positivo na localidade em que se encontram.
O primeiro território a participar do programa, ainda em 2021, é a Grande Reserva Mata Atlântica, último remanescente contínuo do bioma, que abrange 50 municípios dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Ao todo, são aproximadamente 1,8 milhão de hectares de floresta tropical contínua e de grande diversidade. Em sua fase inicial, o Territórios Regenerativos pretende impulsionar sete negócios e/ou ideias por meio de mentorias e empréstimos com condições financeiras atrativas. A previsão é de que, nessa etapa, sejam movimentados cerca de R$ 500 mil em empréstimos coletivos via plataforma P2P (pessoa-para-pessoa).
“Queremos unir investidores e negócios com a nossa causa e dessa forma possibilitar que mais recursos financeiros apoiem soluções com visão de impacto positivo. Esperamos reunir esforços de organizações da sociedade civil, empresas, órgãos governamentais e indivíduos em busca da conservação da biodiversidade da Grande Reserva Mata Atlântica e do estímulo ao empreendedorismo e à economia locais”, explica Guilherme Karam, gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, uma das instituições integrantes da coalizão idealizadora do programa nesse território, que reúne também a Trê Investindo com Causa, a Fundación Avina e a Parsifal21.
Para buscar apoio a partir do Territórios Regenerativos, são elegíveis negócios relacionados a produtos e/ou serviços que gerem impacto ambiental positivo em três diferentes níveis de maturidade: empresas com mais de dois anos de atuação; negócios em estágio inicial (menos de dois anos); e ideias ou conceitos de negócios que ainda não estejam operando. O programa visa apoiar negócios em setores como turismo sustentável, cadeias produtivas da sociobiodiversidade, agricultura e pesca sustentáveis, sempre buscando negócios que combinem sua atuação com a geração de impactos favoráveis à sustentabilidade e regeneração, indo além das obrigações legais ou da geração de empregos.
Os modelos de financiamento também são três: doação, captada de pessoas físicas e jurídicas para permitir a estruturação do programa e o apoio não reembolsável a ideias de negócios; capital de desenvolvimento, investimento paciente com retorno de longo prazo, captado com pessoas físicas e jurídicas que desejam investir em negócios em estágios mais iniciais; e capital de investimento, para pessoas físicas e jurídicas que optarem por retorno no curto/médio prazo para negócios mais maduros. As duas últimas opções serão viabilizadas por meio de plataforma de empréstimo coletivo.
O programa foi estruturado de modo que as operações de crédito sejam feitas com taxas razoáveis aos negócios, com carência e prazo adequados ao fluxo de caixa e estágio de maturidade deles. As operações P2P permitem taxas mais baixas que as praticadas pelos bancos e geram um retorno interessante para os investidores. Desta forma, aqueles que investem recebem retorno financeiro e têm total visibilidade da destinação de seus investimentos, sendo protagonistas na geração de impacto socioambiental. Essa conexão entre investidores e negócios com causa em prol de um modelo econômico de maior cuidado entre as pessoas e o ambiente é o foco central da atuação da Trê.
“O desenvolvimento regenerativo do território tem como eixo central o trabalho nos negócios, potencializando as melhores capacidades ali instaladas e tornando-as escalonáveis. O impacto positivo é o impulso que nos move na direção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), visando regenerar a vida, a dignidade das pessoas e o próprio meio ambiente”, afirma Charles Vergueiro, associado cofundador do Parsifal21.
Já está no ar
Para participar do programa, investidores e negócios devem acessar a plataforma Territórios Regenerativos | Mata Atlântica. Investidores precisam informar dados pessoais básicos, como CPF ou CNPJ, e-mail e telefone. Já negócios e projetos devem se cadastrar trazendo as seguintes informações: identificação do negócio, tempo de existência, faturamento e detalhes do impacto gerado.