Projeto Albatroz – Foto: Dimas Gianuca
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Mostra reúne imagens de albatrozes, baleias-jubarte, corais, golfinhos-rotadores e meros registradas por biólogos da Rede Biomar
No ano em que teve início a Década do Oceano, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular a produção de conhecimento e a divulgação de informações sobre este ecossistema tão rico e complexo, a Rede Biomar, formada por cinco projetos ambientais patrocinados pela Petrobras, lança a exposição fotográfica ‘Um oceano para todos’. A mostra ficará aberta para visitação no Museu Catavento até fevereiro.
Os projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Meros do Brasil, juntos, trabalham pela conservação de mais de 60 espécies marinhas ameaçadas de extinção na região marinha e costeira do Brasil, promovendo pesquisas científicas e políticas públicas aliadas à educação ambiental e a divulgação à sociedade. A dimensão deste trabalho é uma referência em ações de conservação nacional e internacionalmente atuando diretamente ao longo do litoral de 13 estados brasileiros (PA, CE, RN, PE, AL, SE, BA, ES, RJ, SP, PR, SC, RS), incluindo áreas e ilhas oceânicas do Oceano Atlântico Sul. Muitos dos animais, apesar de essenciais à biodiversidade brasileira, estão longe dos olhos do público, que não conhece as belezas e a importância de sua conservação.
Para aproximar os visitantes das riquezas submersas em nossa costa, a exposição conta com 47 imagens registradas pelos biólogos e integrantes dos projetos da Rede Biomar. Cada projeto dispõe de um totem com informações sobre as espécies ameaçadas, a problemática que envolve sua sobrevivência e as ações que são tomadas em prol da sua conservação no Brasil.
Para Juliana Justino, coordenadora de comunicação do Projeto Albatroz, responsável pela organização da mostra, a exposição é um convite para navegar pelo ambiente marinho. “Por meio das fotos capturadas pelos projetos da Rede Biomar, é possível se encantar pelos animais marinhos vivendo em seus habitats naturais, locais remotos e pouco acessíveis, mas que precisam de esforços para a conservação”, explica. “Acreditamos que só é possível proteger aquilo que conhecemos, por isso trouxemos fotos que aproximam estes animais dos visitantes”.
O local escolhido converge a intenção educativa da exposição. O Museu Catavento tem a missão de aproximar crianças, jovens e adultos do mundo científico, despertar a curiosidade e transmitir conhecimentos básicos e valores sociais, por meio de exposições interativas e atraentes, com linguagem simples e acessível.
Projeto Baleia Jubarte – Foto: Enrico Marcovaldi
Navegando pela biodiversidade
Muitas das espécies que enriquecem o litoral brasileiro passam a maior parte do tempo em alto-mar, ou submersas em regiões distantes da costa. Um exemplo disso são os albatrozes, nascem em ilhas remotas no Atlântico Sul e viajam todos os anos para o litoral brasileiro em busca de alimento e temperaturas mais amenas. Algumas espécies podem viver mais de 80 anos e atingir 3,5 metros de distância entre a ponta de uma asa e outra. A poluição do oceano e a interação com a pesca de espinhel são as principais ameaças à conservação deste grupo de aves, considerado o mais ameaçado do planeta e vivem a maior parte da vida em alto-mar, ficando longe dos olhos do público.
O Arquipélago de Abrolhos, na Bahia, é o principal berçário das baleias-jubarte em todo o Atlântico Sul. Todos os anos, a viagem destes mamíferos encantadores surpreende o público e engaja pesquisadores do Projeto Baleia Jubarte na sua conservação, que alia o conhecimento científico à geração de renda por meio do apoio ao Turismo de Observação de Baleias litoral do estado.
Altamente ricos em biodiversidade, frágeis e encantadores, os recifes de coral e ambientes coralíneos do Brasil guardam a maior diversidade dos mares. Os corais são fonte de alimento, produção de medicamentos, turismo e proteção da costa, mas são ameaçados pela ação humana, poluição do oceano e outros fatores externos. O Projeto Coral Vivo trabalha pela conservação e o uso sustentável desses ecossistemas, protegendo dezenas de espécies na costa do Brasil, com uma série de pesquisas científicas, ações de educação, políticas públicas, comunicação e sensibilização da sociedade.
Em Fernando de Noronha, um local de natureza paradisíaca, mais de 99% dos golfinhos encontrados pertencem à família dos golfinhos-rotadores, que são protegidos pelo projeto de mesmo nome. Os rotadores são a terceira espécie de golfinho mais abundante no mundo, e a equipe do projeto realiza pesquisas para entender seu comportamento e a distribuição, além de como minimizar o impacto das atividades humanas sobre eles.
Os meros são peixes dóceis e curiosos, considerados a maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico, podendo ultrapassar dois metros de comprimento. Eles podem viver mais de 40 anos, mas sua reprodução só se inicia por volta dos sete, quando se encontram anualmente para um fenômeno conhecido como agregação reprodutiva. Os meros são considerados criticamente ameaçados de extinção por fatores como a poluição, degradação dos ambientes marinhos-costeiros, pesca ilegal e também às fragilidades da sua biologia e ecologia.