Garimpo ilegal na Terra Indígena Munduruku, município de Jacareacanga, no Pará – Foto: Marizilda Cruppe/Amazônia Real
POR – GIOVANNA COSTANTI, INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (ISA) / NEO MONDO
Segundo o Boletim Sirad Isolados, do ISA, as terras mais devastadas foram Munduruku (PA), Piripkura (MT), Uru-Eu-Wau-Wau (RO) e Arariboia (MA)
Em 2021, o desmatamento disparou em terras indígenas com presença de povos indígenas isolados, segundo o primeiro resumo anual do boletim Sirad-I, sistema do Instituto Socioambiental (ISA). No ano, foram desmatados 3.220 hectares, com 904 alertas dentro dos territórios.
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Os alertas concentraram-se, principalmente, nas Terras Indígenas Piripkura (MT), Uru-Eu-Wau-Wau (RO), Araribóia (MA) e Munduruku (PA). Além disso, durante todo o ano de 2021, também foi possível detectar grandes desmatamentos nas bordas desses territórios, o que indica uma tendência de aumento das invasões contra os territórios desses povos isolados.
A Terra Indígena Araribóia, localizada no Maranhão, foi uma das mais devastadas por invasões de madeireiros e grileiros, com mais de 380 hectares desmatados em seu interior. Além disso, em 2021, incêndios criminosos castigaram o território.
No território Caru, também localizado no Maranhão, foram desmatados cerca de 32 hectares em um ano. Em abril, na área que compreende o município de São João do Carú, foram retiradas toras enormes de árvores nativas da região, tão volumosas que os invasores não conseguirem levar toda a madeira cortada.
Na Terra Indígena Massaco, em Rondônia, os povos indígenas sofreram com a constante ameaça de grileiros, posseiros e garimpeiros. O desmatamento cresceu 263% em um ano na região. Além da pressão pelo desmatamento, a TI sofre com o potencial impacto de duas obras de infraestrutura: as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) Figueira e Saldanha.