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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional, relata como o confronto afeta o restante do mundo principalmente no setor econômico
O conflito entre Rússia e Ucrânia tem apresentado diversos obstáculos que deverão ser enfrentados pelo mundo inteiro, principalmente no setor econômico.
Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, revela que os reflexos disso já são mostrados no preço do barril de petróleo, que subiu e atingiu a marca de 130 dólares. “A tendência é que suba ainda mais. No Brasil, a cotação que é utilizada pela Petrobras teve um salto de aproximadamente 7% após o presidente Vladimir Putin ordenar a invasão nas instalações da Ucrânia”, revela.
Para o especialista em Direito Internacional, a instabilidade gerada pelos valores do petróleo já está fragilizando a economia de diversos países do globo. “Essa situação já estava sob estresse, pois o suprimento não tem sido o suficiente perante a demanda pós-covid. Após a instauração do conflito, é possível ver países como China, Alemanha e Estados Unidos sentindo reflexos ainda maiores gerados pelo aumento do petróleo”, pontua.
O gás natural também foi afetado com o confronto militar, debilitando a economia de diversos países da Europa. “O valor vem subindo desde que a tensão entre os países começou, com um crescimento de aproximadamente 40%. Algumas empresas com sedes em países como Alemanha e França ameaçaram deixar as localidades, principalmente pela falta de abastecimento energético, algo que vem causando uma crise interna”, relata o advogado.
O G7, grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mostrou preocupação com o impacto humanitário dos ataques contínuos da Rússia contra a população civil da Ucrânia, prometendo a aplicação de diversas sanções econômicas contra o país soviético.
Toledo mostra apreensão com os brasileiros que moram na Ucrânia, vivenciando uma situação inédita e amedrontadora enquanto estão longe de suas famílias. “A embaixada brasileira em Kiev pediu que cidadãos brasileiros fujam da Ucrânia se puderem. Caso não seja possível, é de suma importância procurar um local seguro para se abrigar durante esse momento, longe de bases militares e instalações responsáveis pelo fornecimento de energia ou internet”, finaliza.
Vistos humanitários
Para amparar as famílias que deixaram a Ucrânia, Toledo e demais profissionais que atuam com imigração formaram um comitê para ajudar essas pessoas a recomeçarem suas vidas legalmente em outro lugar. Países como o Brasil já disponibilizaram vistos humanitários para essa finalidade. Ao todo, já foram concedidos 50, mas a meta, como explica o advogado, é chegar a 2 mil concessões.