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ARTIGO
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POR – RHODRIGO DEDA*, PARA NEO MONDO
A organização ambiental Client Earth está levando o Conselho de Administração da Shell aos tribunais do Reino Unido para responsabilizá-lo por não se preparar de forma adequada para a transição energética. A ação contra a multinacional demonstra como o setor ESG se consolidou, atingiu a maturidade e, a partir de agora, entra no rol de preocupações dos conselheiros de administração.
O fundamento da Client Earth é que o conselho da Shell falhou em administrar os riscos climáticos, violando os deveres legais dos conselheiros. O conselho da empresa deveria ter adotado medidas para implantar uma estratégia ambiental alinhada às metas do Acordo de Paris e não o fez, o que, segundo a organização, fere a Lei das Sociedades do Reino Unido, que exige o dever dos conselheiros em agir para a promoção do sucesso da empresa, empregando habilidade e diligência razoáveis.
Independentemente do resultado judicial, a ação amplia a interpretação sobre as responsabilidades dos conselheiros, que não podem mais negligenciar o tema e que terão de se debruçar, cedo ou tarde (por prudência, que seja cedo), em aplicar as melhores práticas de ESG existentes hoje.
Para quem a sigla é nova, ESG é o acrônimo para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), um conjunto de critérios para investidores, executivos e sociedade avaliarem a operação de empresas socialmente conscientes, alinhadas ao desenvolvimento sustentável. Os parâmetros de análise podem variar por conta do setor de atuação das empresas, bem como pelas recomendações das mais diversas organizações que estudam o tema.
Para introduzir o tema nas companhias, a primeira etapa é a de diagnóstico, seguida de um plano de ação que pode resultar em políticas, procedimentos, práticas e métricas ESG, a partir das especificidades do caso concreto. É preciso analisar, também, a necessidade de engajamento, não somente dos colaboradores internos, como fornecedores que façam parte da cadeia de suprimentos e outras partes interessadas. Além disso, é necessário realizar avaliações periódicas, a fim de que se possa aferir a evolução da empresa ao longo do tempo.
Isso requer método, conhecimento técnico e capacidade de concretização. A ação contra os conselheiros da Shell certamente acende um alerta para todo o mundo empresarial e deve movimentar outros conselhos a buscarem respostas condizentes com os tempos dessa nossa nova economia.