Imagem – Pixabay
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Primeiros episódios de “Marulhada” ficam disponíveis, gratuitamente, a partir do dia 27 de março, nas plataformas online do projeto, com audiodescrição e tradução em libras
Ampliando ainda mais sua comunicação com o público infantil, o Projeto Ilhas do Rio, realizado pelo Instituto Mar Adentro, com curadoria técnica do WWF-Brasil e patrocínio Associação IEP e JGP, lança dia 27 de março, “Marulhada”, sua primeira série de animação voltada para a educação ambiental infantil. A partir do lançamento, que acontece dentro do evento “Semana Sistema Costeiro-Marinho: o Jardim no Mar”, no Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, os dois primeiros episódios ficam disponíveis gratuitamente nas plataformas online do projeto para quem quiser assistir e utilizar como ferramenta de conscientização ecológica nas salas de aula. Até o fim de dezembro, mais dois episódios chegarão às plataformas, clique AQUI.
Roteirizada por Gabriella Mancinni e dirigida por Felipe Grosso, do estúdio de animação Cabong, a série contou com a colaboração de importantes pesquisadores e educadores ambientais na criação e revisão de seu conteúdo. Conta a história da baleia Ju, a protagonista adolescente que faz sua primeira viagem sem a mãe, saindo da região subantártica à procura de um lugar mais quente e de outras jubartes. Ela conta com a companhia de seus melhores amigos: a polvo ranzinza e genial Mol, que encontra defeito em todos os lugares; o medroso cavalo-marinho Marinho, que não acha nenhum local seguro, pois morre de medo de ser extinto; e o Fraga, uma fragata apaixonada pelas Ilhas Cagarras. Ao longo do trajeto, a turma passa por diversas aventuras trazendo informações sobre conservação marinha de uma forma divertida e atraente.
“Foi bastante desafiador produzir uma série de animação com tanta informação sobre o ambiente marinho de uma maneira fluida e compreensível para as crianças”, afirma a Dra. Aline Aguiar, responsável técnica pelo Projeto Ilhas do Rio e idealizadora da série de animação. “Os diálogos dos personagens, os cenários, e até as piadas foram pensados de maneira a passar informações sobre o nosso oceano”, revela. Além do desenho, também foram usadas imagens reais, capturadas por cinegrafistas profissionais ao longo da costa brasileira e do mundo. “As imagens reais ajudam o espectador a concretizar a realidade que está sendo ilustrada pelo desenho animado”, completa Aline.
“Marulhada” faz parte do material produzido para as atividades de educação ambiental e de comunicação do Projeto Ilhas do Rio com acesso gratuito pelo canal do Youtube (youtube.com/projetoilhasdorio) e site do projeto (ilhasdorio.org.br). A ideia é que, além de entreter a criançada, o conteúdo também possa ser usado como ferramenta de ensino, especialmente para as turmas do Fundamental I e II. Todos os episódios contam com audiodescrição, tradução em libras e legendas em inglês. Como bônus, o projeto disponibilizará um guia didático para professores com sugestões de atividades sobre os temas abordados na série.
O lançamento da série acontece durante o evento “Semana Sistema Costeiro-Marinho: o Jardim no Mar””, no Museu do Meio Ambiente, uma realização do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro em parceria com o Projeto Ilhas do Rio, que fica em cartaz no Museu do Meio Ambiente, de 27 de março a 2 de abril. Além da exibição da série, a programação inclui rodas de conversa com as crianças sobre a animação e apresentações da peça infantil “A Batalha da Natureza” (assista abaixo).
Os visitantes também poderão ver e sentir de perto animais do litoral do Rio de Janeiro, em especial das Ilhas Cagarras, que fazem parte da coleção didático-científica do Museu Nacional da UFRJ, composta por corais, estrelas do mar, peixes, entre outros. O evento conta ainda com fotos e vídeos da biodiversidade das ilhas e das pesquisas do Projeto Ilhas do Rio.
PROJETO ILHAS DO RIO/HISTÓRICO – Um projeto de pesquisa e educação ambiental para conservação marinha!
Há uma década, o Projeto Ilhas do Rio iniciou suas atividades no MONA Cagarras, Unidade de Conservação (UC) situada no Rio de Janeiro, registrando mais de 600 espécies de animais e plantas, entre elas, algumas raras, endêmicas e inéditas para a ciência.
Recentemente, as Ilhas Cagarras e Águas do Entorno receberam o título de Hope Spot (Ponto de Esperança). Esse importante reconhecimento é dado pela Mission Blue, uma aliança internacional liderada pela dama da conservação marinha, Dra. Sylvia Earle. Os Hope Spots são locais cientificamente considerados como críticos para a saúde do oceano e as importantes descobertas realizadas pelo Projeto permitiram essa conquista.
O pioneirismo do projeto possibilitou descobertas preciosas, como, uma espécie de perereca endêmica, que só existe ali; uma espécie de árvore, a Gymnanthes nervosa, que não era encontrada no município desde 1940. Também foram catalogadas esponjas-do-mar com propriedades medicinais, como a Petromica citrina (ou esponja-dourada), e outras ameaçadas, como a esponja-carioca Latrunculia janeirensis, uma das espécies marinhas que consta na categoria Vulnerável do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado pelo ICMBio (2018). Para completar, pesquisadores descobriram um sítio arqueológico Tupiguarani na Ilha Redonda, onde também foram contabilizadas mais de cinco mil fragatas, tornando oficialmente o MONA Cagarras um dos maiores ninhais da espécie do Atlântico do Sul.
Uma das principais missões do projeto é subsidiar órgãos tomadores de decisão com dados científicos produzidos com suas pesquisas, para criação de políticas públicas de conservação ambiental para o litoral carioca.
Dentre as pesquisas do projeto, destacam-se o monitoramento a longo prazo de baleias, golfinhos, tartarugas e peixes. A pesquisa inédita para diagnóstico da mastofauna terrestre (mamíferos), tanto nativa quanto exótica, como roedores e morcegos. Outra pesquisa inédita para a região é o reflorestamento da Ilha Comprida, com a retirada do capim-colonião, espécie invasora, e replantio de espécies nativas. Desde 2014, já foram plantadas mais de 350 mudas de quatro espécies nativas. A aroeira (Schinus terebinthifolius) é a espécie que apresentou melhor resultado até hoje, crescendo como árvores de até 3 metros e com presença de frutos. A sombra das árvores impede o crescimento do capim dando oportunidade para as sementes das plantas nativas germinarem e crescerem naturalmente no local.
Além da pesquisa científica, o Projeto Ilhas do Rio atua em outras duas frentes: a educação ambiental e a mobilização social. Ambas têm como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação ambiental, e sensibilizá-la quanto à problemática da poluição no mar e seu impacto na vida marinha. Além de promover seu engajamento no apoio às medidas de conservação, turismo consciente e uso sustentável da Unidade de Conservação e seu entorno.
O Projeto é realizado pelo Instituto Mar Adentro, com patrocínio da Associação IEP e JGP, e curadoria técnica do WWF-Brasil e conta com importantes parcerias com o ICMBio, a Colônia de Pescadores de Copacabana-Z13, o Museu Nacional-UFRJ e o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.