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POR – AGÊNCIA CONVERSION, PARA NEO MONDO
Moda sustentável é tendência contra a indústria poluente da moda descartável
O planeta tem nos cobrado fortemente pelas mudanças climáticas. Os impactos ambientais têm sido cada vez mais recorrentes, e as consequências, cada vez mais catastróficas. Tudo isso tem a ver com a maneira com que produzimos, comemos, nos locomovemos e até mesmo vestimos. Isso mesmo: vestimos! Embora possa parecer inofensiva à primeira vista, a indústria da moda esconde um custo ambiental muito grande na produção das peças de roupas. Para se ter uma ideia da grandeza do estrago, sua emissão de gás carbônico só fica atrás da indústria petrolífera, somando 8% do total global.
No entanto, os problemas não ficam restritos à cadeia produtiva. Os danos causados pela produção de vestuário vão além, e respingam até mesmo em sérias questões sociais. Foi observando e criando consciência a respeito deste grande problema que um novo conceito foi sendo pautado, buscando uma produção e um consumo mais sustentáveis. O eco fashion vai de encontro ao conceito de fast fashion, aquele de peças mais acessíveis que se vendem como descartáveis, e preza pelo menor desperdício de recursos naturais possível na produção, utilização de matéria-prima não poluente, além do consumo consciente. A preocupação vai além do ambiental, e também confronta as demais implicações do fast fashion, que acaba escondendo questões mais profundas, como casos de locais de trabalho insalubres e trabalhadores mal remunerados, isso quando não se esconde trabalho escravo e também infantil.
A utilização de tecidos mais sustentáveis na fabricação das roupas, como algodão orgânico e poliéster, feitos a partir de garrafas pet, já é realidade para muitas marcas. A adidas pretende usar 100% de poliéster reciclado até 2024. O poliéster comum, aquele encontrado na maioria das roupas, é um vilão que leva 200 anos para se decompor na natureza, além de ser responsável pela emissão de milhões de toneladas de gases poluentes na atmosfera terrestre. Já uma simples calça jeans, por exemplo, demanda 11 mil litros de água para sua produção, isso em um planeta onde pessoas passam sede. Portanto, é urgente que conceitos como eco fashion e moda sustentável se expandam e possam chegar a cada vez mais pessoas.
Na prática, devemos ter em mente que roupas não são descartáveis. A Associação Brasileira de Indústria Têxtil, a ABIT, estima que cerca de 175 mil toneladas de resíduos têxteis são descartados somente no Brasil. No Chile, 60 mil toneladas de roupas enchem anualmente aterros clandestinos em pleno deserto do Atacama, criando um cenário desolador bastante famoso. Além disso, devemos buscar comprar de empresas preocupadas em serem sustentáveis e que respeitem seus trabalhadores. Podemos também praticar o upcycling, que é nada mais do que dar um trato naquela roupa grande demais ou que tem uma manchinha ou um defeito e, com algum ajuste, voltar a usá-la.
Praticar a moda sustentável passa por uma mudança de mentalidade e traz resultados muito positivos para todos nós, e todo o planeta agradece. Afinal, não temos um plano B para onde ir, caso nossos recursos essenciais para viver estejam todos escassos ou poluídos. Nós só temos agora para agir! Optar pelo eco fashion, pela utilização de cosméticos naturais e por demais produtos sustentáveis é uma atitude de amor próprio, ao planeta e também ao próximo.