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POR – AGÊNCIA CONVERSION, PARA NEO MONDO
Estima-se que o buraco descoberto seja tão antigo quanto o da Antártida, mas sua extensão pode ser de 7 a 8 vezes maior
Cientistas de uma universidade do Canadá encontraram mais um buraco na camada de ozônio. Através de um estudo realizado ao longo de aproximadamente duas décadas, os estudiosos chegaram à conclusão que existe uma outra abertura na camada de ozônio, localizada na região dos trópicos. Com uma perda de ozônio semelhante à encontrada no buraco da Antártida, o novo buraco tropical possui algumas particularidades que o tornam um pouco mais preocupante.
Desde a década de 80, cientistas e ambientalistas chamam a atenção para os efeitos do aquecimento global. Um dos principais pontos que alimentou esse discurso foi a descoberta de um buraco na camada de ozônio, localizado na Antártida, provocado pela ampla utilização dos chamados CFCs (clorofluorcarbonos). Esse componente químico era encontrado em aerossóis e aparelhos de refrigeração, e diversos acordos internacionais foram firmados para proibir sua emissão, como o Protocolo de Montreal, para proteger a camada de ozônio e conter o avanço do problema.
Nova falha mais próxima ao Brasil
Entretanto, em julho deste ano, um novo estudo elaborado por Qing-Bin Lu, da Universidade de Waterloo, no Canadá, divulgou a descoberta de outra fissura na camada de ozônio em um local muito mais próximo de nós. Segundo a publicação da AIP Advances, estima-se que esse buraco seja tão antigo quanto aquele do Polo Sul, mas este encontra-se localizado na região dos trópicos.
O buraco possui uma perda de ozônio de aproximadamente 25%, como o buraco da Antártida; apesar disso, estima-se que sua extensão seja de 7 a 8 vezes maior. Enquanto o buraco da Antártida é sazonal e se intensifica durante a primavera, nos meses de setembro e outubro, o buraco tropical não possui essa característica e está aberto durante todo o ano, trazendo um alerta ainda maior.
Consequências da nova falha
Uma abertura dessa extensão, localizada entre os trópicos, pode acarretar em graves problemas. Essa é a região que abriga mais da metade de toda a população mundial, e a maior incidência de raios ultravioleta (UV) pode ter sérios efeitos na saúde das pessoas e do próprio ecossistema. Além de aumentar a probabilidade de doenças como câncer de pele, catarata e baixa imunidade em humanos, a produção agrícola pode ser prejudicada, assim como a vida marinha.
Com a descoberta dessa nova falha na camada de ozônio, aumenta a procura por formas alternativas de tentar amenizar o problema. A conscientização é muito importante para entender o que está acontecendo com o planeta, assim como buscar hábitos mais sustentáveis de produção de energia, como a substituição dos combustíveis fósseis (derivados de petróleo, carvão, etc.) pelo investimento em energias renováveis, como assinatura de energia solar ou energia eólica.