Parque Nacional do Iguaçu – Foto: Pixabay
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Diferentes esferas de governo se reúnem em evento do Instituto Semeia para apresentar projetos de parceria para gestão de parques a serem lançados nos próximos meses
Além do importante papel para a conservação da natureza e a proteção da biodiversidade, os parques, por meio da atividade turística sustentável, podem contribuir com a promoção de lazer, saúde e bem-estar para a população, além da geração de emprego e renda. Só no Brasil, o turismo em parques tem o potencial de criar um milhão de empregos, e impactar em até R$ 44 bilhões o PIB brasileiro.
Em sintonia com referências mundiais, tem crescido no país o número de iniciativas que se valem das parcerias entre os setores público e privado para alavancar essa agenda. O modelo permite aportar novos recursos e ferramentas para a gestão dos parques, a fim de transformar em realidade o grande potencial subaproveitado desses espaços. Somente nos últimos cinco anos foram firmados mais contratos de concessão de serviços turísticos nos parques do que em toda a história do Brasil. Destacam-se iniciativas do governo federal e os programas estaduais como os de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Apenas este ano foram lançados pelo menos 11 projetos, de todas as esferas de governo. Os editais envolvem cerca de 14 parques, localizados em regiões distintas do país. A consolidação dessas parcerias deve destinar cerca de R$ 795 milhões em investimentos para a melhoria da infraestrutura dessas áreas. Além disso, tais locais ainda deverão contar com o aprimoramento dos serviços prestados e com o fortalecimento de zeladoria e segurança.
PROJETOS LANÇADOS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2022 | LOCALIZAÇÃO | INVESTIMENTO MÍNIMO ESTIMADO | STATUS |
Parque nacional do IGUAÇU | foz do iguaçu/pr | R$ 500 milhões | Contrato Assinado |
Parques estaduais VILLA LOBOS, CÂNDIDO PORTINARI E ÁGUA BRANCA | são paulo/sp | R$ 88,6 milhões | Contrato Assinado |
PARQUE ECOLÓGICO RANCHO DOS BUGRES | pedras grandes/sc | N/A | Contrato Assinado |
Parques estaduais CARACOL E TAINHAS | canela, jaquirana, são francisco de paula e cambará do sul/rs | R$ 23,7 milhões | Em análise de propostas |
Parque estadual do TURVO | derrubadas/rs | R$ 9,4 milhões | Em análise de propostas |
PARQUE DAS MANGABEIRAS | belo horizonte/mg | R$ 5,1 milhões | Em análise de propostas |
Parque estadual DAS SETE PASSAGENS | miguel calmon/ba | R$ 9,7 milhões | Aguardando edital |
ZOOBOTÂNICO SALVADOR | salvador/ba | R$ 103,7 milhões | Aguardando edital |
Parque estadual da serra do CONDURU | ilhéus, itacaré e uruçuca/ba | R$ 7,5 milhões | Em análise de propostas |
CIRCUITO TURÍSTICO INTEGRADO DE POÇOS DE CALDAS | poços de caldas/mg | R$ 36,4 milhões | Aguardando licitação |
PARQUE ÁGUAS DE CAXAMBU | caxambu/mg | R$ 11 milhões | Aguardando licitação |
TOTAL | R$ 795,1 milhões |
Para os próximos meses, ainda estão previstos lançamentos de projetos envolvendo pelo menos mais 20 parques. Em evento promovido pelo Instituto Semeia na última semana, representantes do governo federal (ICMBio e BNDES), dos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e das prefeituras de Porto Alegre e Recife, detalharam algumas dessas iniciativas.
“As parcerias são essenciais para promover preservação da natureza, melhorias na infraestrutura, aumento da demanda por mão de obra no entorno e dentro dos parques, além do desenvolvimento de opções de lazer à população. É um ciclo fundamental de incentivo econômico, social e ambiental”, disse Pedro Bruno Barros de Souza, superintendente de parcerias em infraestrutura social e serviços ambientais do BNDES, durante o encontro.
Com relação a inovação, Marcos Simanovic, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), destacou a importância do planejamento de parcerias levando em consideração os atributos naturais de cada unidade. “As características próprias de cada unidade de conservação permitem modelar o planejamento de acordo com cada região, e há um leque infinito de possibilidades para isso. Juntos, o público e o privado têm o poder de oferecer ferramentas próprias para cada região de forma a incentivar o ecoturismo e auxiliar o desenvolvimento no entorno, sempre prezando pela conservação ambiental”, explica Simanovic.
Além do aumento de investimentos sociais e em conservação, em complementação à infraestrutura turística, Fernando Pieroni, diretor-presidente do Instituto Semeia, ressaltou outros avanços nos projetos recentes como, por exemplo, o maior detalhamento dos riscos, delimitação mais clara dos direitos e obrigações das concessionárias e o aprimoramento dos sistemas de monitoramento de desempenho.
“As parcerias, cada vez mais, têm sido compreendidas dentro de uma política pública ampla de turismo, conservação e desenvolvimento sustentável, que envolve diferentes atores da sociedade, como as comunidades locais, por exemplo. E para que alcancem os resultados pretendidos, além do avanço na estruturação de diversos programas de parceria, não podemos perder de vista a importância de também apoiarmos os governos a se capacitarem para melhor implementar, gerir e fiscalizar os novos contratos”, finaliza.