Imagem de katerinavulcova por Pixabay
Por – José Álvaro da Silva Carneiro*, especial para Neo Mondo
Neste Dia Mundial da Saúde (07/04), é necessário ressaltar que fomos o primeiro hospital do Paraná mercúrio zero e o segundo do Brasil a compensar emissões de carbono. Mas ainda há muito trabalho a ser feito
Quando a semente do Pequeno Príncipe germinou, em 1919, não existia preocupação com o meio ambiente. Mas a planta que nasceu e hoje é uma árvore centenária compreende que só vai manter-se viva e frutífera se tratar a questão como emergencial. Com essa visão ampliada, há anos mantemos atividades relacionadas à sustentabilidade ambiental com a intenção de diminuir o impacto das ações humanas ao meio ambiente e conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar do nosso espaço comum. O planeta Terra é a nossa única casa, e nós, como cidadãos, devemos preocupar-nos e agir para que tenhamos boas condições ambientais no futuro. É imperativo pensar na perenização das relações que nós humanos temos com o ambiente que nos cerca.
Além de referência nacional no atendimento de casos de alta e média complexidade, o Pequeno Príncipe se tornou pioneiro em iniciativas ambientais. Neste mês de abril, no qual lembramos a importância do cuidado com o meio ambiente – a partir do Dia Mundial da Saúde (07 de abril) –, é necessário ressaltar que fomos o primeiro hospital do Paraná mercúrio zero e o segundo do Brasil a compensar emissões de carbono. Para minimizar o impacto ambiental, contamos também com um conjunto de práticas voltadas ao consumo consciente de água, energia e destinação de resíduos. Promovemos programas de educação ambiental e ações de preservação.
No Hospital, substituímos torneiras convencionais por modelo com temporizador, instalamos painéis fotovoltaicos para captação de luz solar e transformação em energia, além de aquisição de cisternas com o intuito de captar água da chuva para reuso. Transformamos os resíduos orgânicos crus da cozinha em adubo, diminuindo o percentual de resíduos comuns ao mesmo tempo em que utilizamos o adubo em uma horta, que produz ervas frescas para chás aos pacientes. Ou seja, queremos buscar conscientizar a partir de atitudes práticas. Mostrar nosso engajamento real.
Hoje, conseguimos realizar a compensação voluntária a partir de um projeto de proteção e manejo de dez hectares de florestas nativas da Grande Reserva da Mata Atlântica, presentes na Reserva Natural das Águas, mantida pela organização SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) no município de Antonina, litoral do Paraná. A iniciativa em Antonina vai muito além da lembrança de que atuamos contra o aquecimento global. O trabalho da SPVS simboliza nossa preocupação com a biodiversidade e com o restauro de áreas naturais degradadas.
Se no início do século passado a humanidade se encontrava no final do holoceno, hoje em pleno antropoceno vemos nosso planeta emitindo sinais de que está com febre alta e pedindo socorro. O planeta Terra está doente. Tal qual espécie, esquecemo-nos do que se trata o “autocuidado” e avançamos contra o tempo agindo de forma inconsequente. À medida que temos consciência absoluta do diagnóstico de cada uma das partes que compõem a saúde ambiental, sentimo-nos compelidos a dar nosso exemplo e a agir e cuidar de nossas agendas ambientais como cuidamos dos pacientes e famílias que nos procuram.
Ações como as que fazemos com a SPVS destacaram o Pequeno Príncipe como uma das instituições de saúde com melhores ações climáticas do mundo, com o Global Climate Award 2021 na categoria Energy Efficiency – Silver/Eficiência Energética – Prata. Concedido pelas organizações internacionais Saúde Sem Dano e Rede Global Hospitais Verdes e Saudáveis em parceria com o Projeto Hospitais Saudáveis. Neste ano, foram 52 entidades premiadas no planeta.
Mas tudo isso ainda é pouco. Tanto o Pequeno Príncipe como a SPVS continuarão existencializando atitudes e disseminando essas práticas, pois isso está profundamente ancorado em fatos e evidências científicas que demonstram as necessidades do cuidado. É nosso dever conquistar novos parceiros para essa jornada.
Cuidar da saúde de milhares de crianças nos traz esse “senso de dever” quanto a também zelar pela saúde do planeta. É lugar-comum que crianças representam o futuro. Temos absoluta convicção de que devemos dar ao meio ambiente tanta atenção quanto aos pacientes que atendemos. Ao agir assim, colocamos crianças e natureza no centro da percepção do cuidado. Compartilhar essa visão de mundo com a SPVS nos dá força e muita alegria.
E convidamos você e a sua organização a juntar-se a nós.
