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POR – AGÊNCIA CONVERSION, PARA NEO MONDO
Crise energética no continente europeu vem impondo regras que, até o momento, são impossíveis de serem respeitadas por esses modelos de televisores
Buscando ter mais controle sobre o consumo energético de dispositivos eletrônicos dentro do continente, a União Europeia criou novos regulamentos direcionados para televisores, que já estão em vigor desde o dia 1º de março. Tendo como base o Índice de Eficiência Energético (EEI), métrica criada pela própria UE para determinar o consumo máximo dos aparelhos, agora nenhuma televisão com qualidade superior a Full HD deve ultrapassar a marca de 0,90 de consumo.
O problema é que, atualmente, nenhuma televisão com tecnologia 8K consegue respeitar esse limite, muitas vezes gastando de três a quatro vezes mais energia do que o máximo imposto pelo índice. Diante disso, a venda e utilização de televisores do tipo pode ser completamente proibida nos 27 países pertencentes à União Europeia, até que seja possível criar modelos mais econômicos (o que seria inviável em curto prazo).
À medida de comparação, ao convertermos os números do EEI para watts, teríamos um limite de consumo diferente para cada televisão 8K, de acordo com seu tamanho em polegadas. Uma TV de 65 polegadas poderia gastar no máximo 112 W, algo completamente fora da realidade, já que elas gastam, em média, mais de 460 W, ou seja, estão 400% acima do permitido.
As fabricantes ainda não têm nenhuma solução definida, principalmente porque todas as opções acabam prejudicando a marca ou os consumidores. Esses dispositivos são fabricados em escala global de forma padronizada, então não seria vantajoso criar um modelo exclusivo para o continente europeu. Além de não ser economicamente viável para a empresa, também não seria justo com os consumidores, que comprariam televisores 8K que não condizem com a tecnologia pela qual estão pagando.
As medidas adotadas pela União Europeia fazem parte de um plano para superar a crise energética causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, em vigor desde fevereiro de 2022. A Rússia era responsável por 40% do gás distribuído pelo continente e interrompeu o fornecimento após a UE declarar apoio à Ucrânia. Tudo isso causou um aumento de mais de 50% no preço dos combustíveis, levando a Europa a criar esses planos de economia.
Indo além do contexto político, economizar eletricidade também é essencial em termos de sustentabilidade. É dever de todo cidadão calcular o consumo de energia elétrica de cada dispositivo eletrônico presente em sua casa e limitar sua utilização para momentos necessários. Além de fazer sua parte em salvar o planeta, também é de grande ajuda do ponto de vista financeiro, já que diminui consideravelmente a conta de luz no fim do mês.