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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Próxima fase envolve a viabilização do plantio de mais 500 mil mudas para regenerar uma área de 140 hectares
O Centro de Bioeconomia e Conservação da Amazônia (CBCA) alcançou, em menos de um ano de operação, avanços significativos na regeneração de áreas degradadas na região do rio Madeira, em Porto Velho. A primeira ação do projeto, finalizada em janeiro de 2023, recuperou 164 hectares com o plantio de 400 mil mudas de mais de 110 espécies nativas da Amazônia, promovendo benefícios ambientais e econômicos para as comunidades da região.
Esse tipo de reflorestamento contribui para a preservação do ecossistema local, além de impactar positivamente no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O plantio de mudas nativas da Amazônia ajuda, por exemplo, na captura e no armazenamento de carbono, reduzindo a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Além disso, contribui para a recomposição e conservação da biodiversidade, auxilia no manejo da conservação do solo, evitando a erosão causada pelas chuvas, melhora a microbiologia do terreno e promove o cultivo em grande escala de espécies para uso, por exemplo, medicinal, como jatobá e urucum, e de árvores frutíferas.
Para que a segunda etapa do trabalho de reflorestamento seja iniciada, o Centro de Bioeconomia e Conservação da Amazônia está na fase de captação de incentivo financeiro e apoio de novos parceiros para viabilidade do projeto que engloba o plantio de 500 mil mudas. A ideia é replicar o resultado positivo da primeira etapa, concluída no início do ano, para recuperar uma nova área de 140 hectares, envolvendo mais de 100 espécies nativas de vegetação amazônica.
O CBCA, fruto de uma parceria inédita entre a Santo Antônio Energia, o Instituto Amazônia +21 e o Centro de Estudos Rioterra, foi criado com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico sustentável na região, por meio de ações de conservação e pesquisa. Com uma área total de quase mil hectares, o Centro projeta abrigar laboratórios para estudos, uma biofábrica e um viveiro com capacidade para produzir até dois milhões de mudas por ano.
“O Centro é a prova de que projetos socioambientais construídos em parceria com a iniciativa privada podem gerar avanços significativos na preservação do meio ambiente. As ações iniciais realizadas pelo projeto reafirmam sua importância na preservação da Amazônia e no impulsionamento de iniciativas que promovam a recuperação e conservação do meio ambiente, bem como o bem-estar das comunidades locais”, relata Daniel Faria Costa, presidente da Santo Antônio Energia.
Esse trabalho também tem um impacto socioeconômico relevante na comunidade local com a geração de emprego e renda. Para essa primeira etapa de reflorestamento, foram criados 40 postos de emprego para a população ribeirinha, que também se beneficia com a produção e comércio de cacau e açaí.
“O CBCA é importante porque não existe um lugar como esse na Amazônia onde seja possível concentrar tantos esforços em prol da regeneração e manutenção desse bioma. O nosso propósito é ter um único lugar onde seja possível explorar a restauração da cobertura vegetal, promovendo conhecimento e pesquisas sobre o ecossistema da área”, explica Alexis Bastos, coordenador geral de Projetos do Centro de Estudos Rioterra.
O CBCA foi um dos quatro projetos escolhidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para ser apresentado como referência de iniciativa para descarbonização da economia no Brasil na Feira de Hannover, maior evento internacional de tecnologia industrial, realizada em 19 de abril, na Alemanha. O projeto foi recebido como uma oportunidade de investimento sustentável para empresas internacionais, condição alcançada a partir da parceria Rioterra, Santo Antônio Energia e Instituto Amazônia+21.
“É um orgulho ver uma solução construída em Rondônia, que é o CBCA, mostrando a capacidade das empresas e instituições da própria Amazônia para realizar projetos de transformação da realidade local, com diferenciais que chamam atenção, inclusive, pela identificação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, destaca Marcelo Thomé, presidente executivo do Instituto Amazônia+21.