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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Até o momento, 3,8 bilhões de metros cúbicos de água já foram gastos em vazamentos
Dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil, na segunda-feira (5), apontam que o desperdício de água potável no país aumentou pelo sexto ano consecutivo. Em 2015, 36,7% da água tratada foi perdida durante a distribuição e, em 2021, ano mais recente com dados disponibilizados, o índice atingiu 40,3%. Sendo assim, a cada 100 litros de água captada da natureza e tratada para se tornar potável, quase 40 litros se perdem por conta de vazamentos, fraudes, erros de leitura dos hidrômetros e muito mais.
Segundo o estudo, 7,3 bilhões de metros cúbicos de água foram captados da natureza e tratados no ano de 2021, porém não faturados pelas empresas do setor. Deste total, 3,8 bilhões de metros cúbicos foram desperdiçados por meio de vazamentos (número duas vezes maior que o total de pessoas que vivem sem acesso à água potável no Brasil, equivalente a 33 milhões).
Uma meta de redução de 25% deste indicador foi estabelecida por uma portaria do Governo Federal para o ano de 2034, com o objetivo de que 25,7 milhões de brasileiros que não têm acesso à água potável hoje possam passar a usufruir deste direito. Dentre o ranking de desperdícios por Estado, o Amapá lidera com 74,8% da água perdida, seguido pelo Acre, com 74,4% e Roraima, com 64%. São Paulo está em vigésimo terceiro lugar, com 34,5%.
Para Fernando Silva, empresário e CEO da PWTech, startup de purificação de água contaminada, presente em diversas crises humanitárias, o desperdício pode ser evitado: “Um dos melhores meios para melhorar o abastecimento de água seria diminuir o índice de perda do Estado. A perda de água está diretamente associada a vazamentos durante a distribuição, mas também a erros técnicos de mensuração e ao uso não autorizado, como ligações clandestinas”, diz.
O especialista ainda reforça que, hoje, a principal prioridade do novo governo é a universalização do acesso ao saneamento básico e o acesso à água potável, meta estipulada até 2033 do plano nacional. “Para que a meta seja alcançada, é preciso empenho do setor público e da iniciativa privada, com diretrizes e regulação do Governo Federal. O saneamento básico contribui em termos gerais, com a saúde, a educação, o meio ambiente e a economia. Ele está presente em todos os pilares de uma sociedade”.
Pensando nisso, a startup criou uma solução em conjunto com duas universidades de renome: a Ufscar (Universidade de São Carlos) e a USP (Universidade de São Paulo). A tecnologia, 100% brasileira, possibilita a filtragem e a purificação de água contaminada. Com capacidade de gerar 6.000 litros de água potável por dia, eliminando 100% dos vírus e bactérias.
Além dessa tecnologia, o empresário possui em seu escopo de produtos e serviços a especialização em monitoramento à distância de ETEs e ETAs. Criado pela SWTECH, empresa integradora de tecnologias em IOT (internet das coisas), a solução traz os dados dos processos em tempo real de sensores aplicados em campo a qualquer dispositivo móvel ou plataformas de monitoramento. Com a utilização da tecnologia, é possível medir a qualidade da água (PH, Turbidez, Temperatura e Oxigênio Dissolvido), além da disponibilização de métricas de vazão e pressão em tubulação.