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POR – AGÊNCIA CONVERSION, ESPECIAL PARA NEO MONDO
A desertificação é agravada pelos impactos do ser humano e tem se tornado um grande problema, principalmente no Nordeste do país
O Dia de Combate à Desertificação acontece em 17 de junho e surgiu com o intuito de conscientizar sobre um grave problema que tem assolado cada vez mais o Brasil, muito influenciado pelo impacto humano. A desertificação é um fenômeno que corresponde ao empobrecimento do solo, deixando-o com aspecto “desértico” e seco. Como mencionado anteriormente, é causado pela ação humana no solo, por problemas como desmatamento, lixiviação e uso inadequado e excessivo para pecuária e criação de gado. Em regiões mais áridas, há maior propensão ao processo de desertificação.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 55 milhões de pessoas no mundo são afetadas pela seca e 75% delas estão vulneráveis a esse problema. No Brasil, a desertificação causa danos principalmente na região Nordeste do país. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cerca de 30 milhões de pessoas são afetadas por esse fenômeno em todo o território nacional, incluindo o Nordeste e regiões mais secas do país, como o norte do estado de Minas Gerais.
A desertificação causa danos irreversíveis ao solo. Ela afeta diretamente a fauna e a flora local, reduz os recursos hídricos da região, devido ao agravamento da seca, além de causar perda de nutrientes do solo, o que afeta todo o ecossistema e torna o local improdutivo. Com isso, surgem problemas maiores, como fome, extinção de animais, escassez de água na região e, consequentemente, pobreza.
O problema é tão grave que, devido ao descontrole do agronegócio e à falta de medidas para evitar uma maior degradação ambiental, a tendência é que o Brasil enfrente secas cada vez mais prolongadas a cada ano, especialmente nas épocas mais quentes. Além de afetar a vida das populações locais, o impacto econômico também será significativo.
Atualmente, o Brasil se destaca na produção de alimentos em escala mundial. No entanto, com o solo menos nutritivo e condições climáticas alteradas, a produção agrícola diminui, afetando a economia. Segundo levantamentos do MapBiomas, a caatinga é o bioma mais afetado pela desertificação no país. No último ano, um estudo revelou que a cobertura nativa da região diminuiu cerca de 10% entre 1985 e 2020.
Embora seja impossível recuperar completamente o que foi perdido nos últimos anos, é possível adotar algumas estratégias para impedir que o problema se alastre ainda mais e se torne um impacto em uma escala muito maior. Um dos principais desafios é tentar recuperar o solo já degradado, por meio de políticas públicas e um controle mais rigoroso do avanço agrícola no país, priorizando fontes mais limpas e uma maior cautela com o meio ambiente.
Investir em soluções mais sustentáveis, como o financiamento de energia solar, pode ser uma opção alternativa. A energia solar é considerada renovável e inesgotável, ao contrário da energia hidrelétrica, por exemplo. Dessa forma, o financiamento de energia solar contribui para reduzir o impacto das mudanças climáticas.
O reflorestamento e o plantio de árvores, especialmente de espécies nativas das regiões afetadas, são de suma importância para o combate à desertificação. Por fim, a conscientização, como a promovida pelo Dia de Combate à Desertificação, em 17 de junho, é essencial para que as pessoas reconheçam o impacto global que esse fenômeno pode causar.