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ARTIGO
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Por – Simone Ponce, CEO da Bee2Be, especial para Neo Mondo
No mundo acelerado da tecnologia, o Software como Serviço (SaaS) emergiu de maneira revolucionária para a indústria, permitindo que empresas acessassem softwares hospedados na nuvem a qualquer lugar e a todo instante, em vez de investirem em infraestrutura local. Esse modelo trouxe flexibilidade, escalabilidade e eficiência aos negócios, impondo uma dinâmica inédita à inovação e à forma como as empresas lidam com ela. Agora, imagine aplicar uma abordagem semelhante à sustentabilidade.
Abra qualquer jornal, folheie qualquer revista, ouça qualquer podcast ou leia qualquer livro de gestão e negócios. Sustentabilidade e responsabilidade socioambiental são lugares-comuns de como se deve conduzir um empreendimento nos dias de hoje. Abandonou-se a lógica da análise de recursos financeiros como a única forma de compreender negócios, e entramos em uma nova era, cada vez mais guiada pela lógica da geração de valor ecossistêmico..
E tal como o SaaS, que revolucionou a indústria de tecnologia, um outro conceito emerge para transformar definitivamente o universo empresarial: a Sustentabilidade como Serviço – ou SAAS. Se o SaaS tradicional transformou a tecnologia em commodities, permitindo que até microempreendimentos tivessem acesso a tecnologias de ponta, o novo SAAS quer permitir que qualquer empresa se beneficie dos serviços da natureza, ao mesmo tempo que gera impacto positivo no meio ambiente.
O conceito de SAAS propõe que a preservação do meio ambiente seja integrada às estratégias de negócios de maneira tão intrínseca quanto o software é incorporado às operações empresariais. Assim como o SaaS oferece flexibilidade, escalabilidade e eficiência ao fornecer software sob demanda, a Sustentabilidade como um Serviço oferece oportunidades ambientais e escalabilidade sustentável.
Essa abordagem sugere que as empresas devem “contratar” a sustentabilidade como parte de seu modelo de negócios. Isso envolve adotar práticas e tecnologias ecoeficientes, minimizar resíduos, implantar sistemas de regeneração, promover o uso responsável dos recursos naturais, investir em créditos de carbono e apoiar a conservação da biodiversidade. Na prática, isso significa que da mesma forma que as empresas recorrem a provedores de software para obter soluções tecnológicas, elas também poderiam colaborar com especialistas em sustentabilidade para desenvolver estratégias que promovam restauração de ecossistemas.
O valor da biodiversidade brasileira
É essencial destacar que a importância da biodiversidade vai além do aspecto ambiental. Um estudo divulgado pelo Banco Mundial aponta que o valor de manter a Floresta Amazônica em pé é cerca de sete vezes superior ao lucro que pode ser obtido por meio de diferentes atividades de exploração econômica da região. Esse relatório define o desmatamento como uma “redistribuição ineficiente de riquezas públicas para o privado”. A estimativa considera que a preservação da floresta vale, ao menos, US$ 317 bilhões por ano – ou R$ 1,5 trilhão. Esse dado ressalta a magnitude do impacto positivo que a preservação da biodiversidade pode ter tanto para a natureza quanto para a economia.
Destaca-se também que a biodiversidade brasileira presta um papel importante na construção do futuro. A solução para problemas como a insegurança alimentar, que afeta mais de 345 milhões de pessoas globalmente, e a crise climática, passam necessariamente pela construção de um ecossistema de negócios que possa acomodar demandas globais de sustentabilidade.
As abelhas como vetores de regeneração
Na Bee2Be, por exemplo, esse conceito já é realidade, utilizando a apicultura como uma ferramenta para impulsionar a produtividade agrícola e regenerar áreas degradadas. E além de proteger o ciclo de polinização tão importante para as nossas terras, garantindo maior e melhor produção agrícola para todas as regiões do país, a apicultura também pode ser usada dentro do modelo Sustentabilidade como Serviço, sendo acessada por negócios de todos os tipos que eventualmente venham a contratar serviços de polinização como forma de aumentar sua produtividade, compensar suas próprias emissões ou contribuir com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.
Ao incentivar a apicultura e conscientizar outras empresas sobre a importância da sustentabilidade, é possível criar um efeito em cadeia que irá gerar mudança cultural em todo o mundo dos negócios. Ao redirecionar o foco de talentos e investimentos para a sustentabilidade, podemos abrir portas para uma nova geração de inovação, onde a tecnologia e a natureza trabalham em harmonia para enfrentar os desafios globais.