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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Produzida pelo ICCT Brasil, a pesquisa examinou as emissões de gases de efeito estufa em diferentes tipos de veículos ao longo de toda a cadeia produtiva
O impacto ambiental e climático de carros elétricos é significativamente inferior na comparação com veículos híbridos ou flex. Esse é o resultado de um estudo inédito conduzido pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo – ICCT Brasil, que analisou as emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida de três categorias de automóveis de passeio: compactos, médios e SUVs compactos.
Carros elétricos apresentam uma redução de 64% a 67% das emissões em comparação aos tradicionais veículos a combustão com motores flex, considerando no cálculo a média de participação do mercado entre gasolina e etanol. Enquanto apenas automóveis elétricos e a combustão foram avaliados nas categorias de compactos e SUVs compactos, devido a disponibilidade no mercado brasileiro, dois tipos de modelos híbridos foram analisados adicionalmente para veículos médios. Em ambos, as reduções nos níveis de emissões não foram expressivas o suficiente para compensar investimentos na tecnologia, comparados a modelos a combustão, com resultados abaixo dos 15%.
O estudo indica também que automóveis a combustão abastecidos apenas com etanol apresentam 32% de redução de emissões de gases de efeito estufa, enquanto carros que rodam exclusivamente com gasolina emitem 21% a mais, ambos em comparação com a média de participação do mercado entre gasolina e etanol.
Existem aproximadamente 38 milhões de automóveis registrados no Brasil, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), número responsável por 31% das emissões de gases de efeito estufa nos transportes. Para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e atingir o compromisso de cortar pela metade as emissões até 2030 (em comparação aos níveis de 2005), o país estuda diversos caminhos tecnológicos para a descarbonização do setor.
De acordo com Carmen Araujo, do ICCT Brasil, “os veículos elétricos aceleram a descarbonização da frota, considerando a vantagem da matriz elétrica brasileira limpa e a eficiência energética que a solução traz”. Para André Cieplinski, um dos autores do estudo, “a ambiciosa meta brasileira de atingir a neutralidade climática em 2050 exige grandes esforços no setor de transportes, sendo fundamental implementar o quanto antes tecnologias com o maior potencial de redução de emissões”.
O trabalho do ICCT Brasil traz ainda uma série de recomendações, como propostas de metas para o Programa Mobilidade Verde e Inovação – PROMOVI (antigo Rota 2030), do Governo Federal, estímulos para a produção e comercialização de veículos elétricos a bateria em solo brasileiro e maior incentivo para o abastecimento da frota existente com etanol, composta majoritariamente por automóveis com motores flex – sugestões que aproximam o país do seu compromisso de descarbonização, mitigando os efeitos adversos das mudanças climáticas e reduzindo a dependência do Brasil por soluções baseadas na utilização de combustíveis fósseis.
Para ler o estudo na íntegra, acesse o site do ICCT.