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POR – AGÊNCIA CONVERSION, ESPECIAL PARA NEO MONDO
Lar de grande biodiversidade e Patrimônio da Humanidade, essa imensa faixa de corais sofre com a ação humana e com as mudanças climáticas
Patrimônio Mundial da UNESCO, a Grande Barreira de Coral segue sob “séria ameaça”, devido às mudanças climáticas. Embora outrora tenha estado sob risco de extinção, sua situação não tem melhorado muito. O maior recife de corais do mundo – são 2.300 quilômetros de extensão, compostos por 600 ilhas, quase 3.000 recifes e atóis de corais – sustenta uma grande biodiversidade e pode ser visto até mesmo do espaço.
A destruição dos corais se deve pelo aquecimento dos oceanos. Eventos conhecidos como branqueamento de corais foram responsáveis pela morte de 35% destes corais em 2016. No entanto, o governo australiano e a UNESCO não tem medido esforços para ao menos frear este processo. Por meio de forte investimento, tem obtido resultados na diminuição das áreas de pesca e no despejo de poluentes ao longo da barreira.
O processo destrutivo dos corais acontece pelo contato com a água muito quente, fazendo com que as algas se desprendam dos corais, minando seus nutrientes. Com isso, boa parte da vida marinha fica comprometida, o que inclui até mesmo espécies ameaçadas de extinção, bem como toda vida econômica da região, que depende diretamente deste ecossistema para sobreviver.
Além disso, a Grande Barreira tem um grande caráter turístico. A perda do status de Patrimônio Histórico – ameaça que a UNESCO tem feito sobre o governo australiano – pesaria nos cofres do país. Afinal, o país recebe quase 5 bilhões de dólares com a exploração do turismo local, fora a geração de postos de trabalho. O ecossistema tem grande valor cultural também, principalmente para os povos nativos e originários.
A Austrália, porém, segue sendo um país extremamente poluidor, o que contradiz todo o movimento na salvação dos corais. O país emite mais CO2 que Estados Unidos e China, países pesadamente industrializados, pois utiliza o carvão como uma das principais matrizes energéticas. O dióxido de carbono acidifica a água, o que, em conjunto com o aquecimento dos mares, catalisa esse processo de erosão.
Porém ainda resta esperança na ciência. Os esforços liderados pelo Instituto Australiano de Ciências Marinhas se concentram no desenvolvimento de corais mais resistentes às altas temperaturas, o que pode se tornar um grande salva-vidas para o recife. Uma vez que, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), 99% dos corais diminuirão com o aumento constante da temperatura, esta pode ser a saída.
O esforço de biólogos marinhos é primordial para o monitoramento e para as tomadas de decisões quanto aos próximos passos. O mesmo vale para os profissionais formados na faculdade de veterinária quanto à preservação da vida animal do recife. Afinal, é o local de reprodução de várias espécies de tartarugas, habitat de muitas aves, além de peixes, serpentes e até mesmo baleias de diversas espécies.