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Por – Sarah Almachar é fundadora da Infra Fintech Evlos4U, especial para Neo Mondo
Em um cenário global marcado pela urgência de iniciativas que nos ajudem a minimizar as mudanças climáticas, o crédito de carbono tem se destacado como uma ferramenta eficaz no esforço coletivo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Neste contexto, entendo que trazer para o debate pontos como: o desenvolvimento do mercado de carbono no país, o papel do setor financeiro e das instituições financeiras na promoção da sustentabilidade e da preservação ambiental por meio do crédito de carbono, além de explicar em detalhes e buscar a popularização sobre o tema crédito de carbono, explicando o que é e como funciona se tornam fundamentais no mundo em que vivemos.
O crédito de carbono é uma unidade de medida que representa a redução de uma tonelada métrica de dióxido de carbono (CO2) ou de gases equivalentes. Conhecido por sua biodiversidade e recursos naturais, o Brasil vem enfrentando pressões crescentes para equilibrar o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente. Com isso, o mercado de carbono se torna uma ferramenta estratégica para o país.
As instituições financeiras desempenham um papel crucial na expansão do mercado de créditos de carbono. Entre as maneiras de destacar o papel do setor financeiro para a popularização e crescimento do mercado de crédito de carbono, acredito que vale destacar:
– Financiamento de projetos sustentáveis e fundos ambientais:
Bancos e fundos de investimento são essenciais para financiar projetos sustentáveis e facilitar a transação de créditos no mercado internacional. Ao fornecer financiamento para projetos sustentáveis é possível a implementação de práticas mais ecológicas em diversas indústrias.
Além disso, essas instituições também têm um papel importante na conscientização e na integração de práticas sustentáveis em toda a cadeia e nas operações empresariais.
Outro ponto é que a partir das instituições financeiras conseguimos criar fundos específicos para investimentos sustentáveis, o que impulsiona projetos que geram créditos de carbono.
– Incentivo à adoção de práticas verdes:
O setor financeiro tem o poder de incentivar a adoção de práticas sustentáveis pelas empresas, estabelecendo critérios ambientais em empréstimos e investimentos.
Quando pensamos nos benefícios para a população, podemos destacar a geração de empregos sustentáveis, afinal, a expansão do mercado de carbono impulsiona a criação de empregos em setores relacionados à sustentabilidade, contribuindo para o desenvolvimento econômico do país.
– Incentivo à responsabilidade empresarial:
É interessante destacar que fazemos parte de ciclo que é rotativo e o crédito de carbono pode impactar positivamente diferentes etapas da cadeia. Por exemplo: com empresas que adotam práticas sustentáveis, muitas vezes impulsionadas por incentivos financeiros, é possível que possamos contribuir para uma economia mais responsável e consciente.
Os projetos focados na preservação de ecossistemas, como florestas, podem impactar não só a redução da emissão dos gases, mas, também conseguem proteger a biodiversidade. Assim, o mercado de créditos de carbono passa a impulsionar o desenvolvimento de soluções cada vez mais eficientes em busca de inovações em tecnologias verdes.
O crédito de carbono até hoje foi opcional para as empresas, mas vivemos um momento de mudança, o prazo final cada vez mais próximo para a adequação ao Acordo de Paris e as metas de neutralidade de carbono são iminentes.
Já existem empresas que contabilizam o ativo em seu balanço patrimonial, fortalecendo assim o valor da estratégia. Os bancos também têm privilegiado com juros menores as operações de crédito, para empresas que adotaram práticas de crédito de carbono.
O mercado de carbono no Brasil voltou a aquecer com novas ações buscando a regulamentação sobre certificação, negociação e acompanhamento. Além da responsabilidade com o planeta, estar alinhado com o Acordo de Paris gera benefícios financeiros, mensuráveis e tangíveis.
É papel fundamental dos Chief Financial Officers (CFOs), avaliar o Impacto Financeiro das Emissões de Carbono, Estabelecer Metas de Redução de Emissões, Criar estratégias de compra e venda de crédito de carbono integrando a Sustentabilidade ao Planejamento Financeiro, pois além de diversos benefícios já explanados, há incentivos fiscais e regulatórios relacionados, isso tudo somado pode melhorar a reputação da empresa, atrair investidores ESG (Ambiental, Social e de Governança) e aumentar a confiança dos clientes.
Acredito que estamos falando da perfeita combinação de estratégia, tecnologia, modelo de negócio e responsabilidade com meio ambiente de fato, saímos do campo das ideias e conceito ecológico para aplicabilidade prática com valor financeiro para empresas, sociedade, fluxo de caixa, balanço e valor de marca.