Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a Mesa Redonda Ministerial de Alto Nível de 2023 – Ambição pré-2030, na COP28. Dubai – Emirados Árabes Unidos. Foto: Estevam / Audiovisual / PR
POR – GABRIEL TUSSINI, ((O))ECO / NEO MONDO
A conferência será realizada pela primeira vez na Amazônia e no Brasil; sessão plenária da COP 28 ainda oficializou Baku, no Azerbaijão, como sede da conferência do ano que vem
O Brasil foi escolhido como sede da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30. A decisão, já acordada anteriormente, foi oficializada em votação unânime em sessão plenária da COP 28, em Dubai. A cidade de Belém, escolhida oficialmente pelo governo desde janeiro deste ano, será o palco da primeira conferência do clima em solo brasileiro e amazônico, a ser realizada entre 10 e 21 de novembro de 2025.
Segundo a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que segue em Dubai para os últimos dias da conferência, a COP 30 será crucial para a meta de limitação do aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. “Sabemos que a COP 30 será chave para a definição das novas NDCs”, afirmou a ministra, em referência às Contribuições Nacionalmente Determinadas – as metas climáticas de cada país –, durante a sessão que oficializou a escolha por Belém.
Também presente na atual conferência, em Dubai, o governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou na última sexta (8) que a COP 30 em Belém deverá ser uma “oportunidade para a convocação do planeta para o cumprimento das ambições e, acima de tudo, revisitar ambições” climáticas, e que a conferência de 2025 “se apresenta fazendo uma convocação para que a floresta esteja no centro das discussões, das soluções ambientais, das urgências climáticas”, projetou.
Ainda durante a sessão, as delegações aprovaram também a realização da COP 29 na cidade de Baku, capital do Azerbaijão. A decisão foi fruto de um arranjo diplomático mais complexo, já que o leste europeu – que deveria ser sede da próxima conferência pelo revezamento adotado entre regiões – vive momentos turbulentos.
Além da guerra entre Rússia e Ucrânia, a região viu ainda a invasão de tropas do Azerbaijão ao território de Nagorno-Karabakh, disputado com a Armênia, e a fuga da população armênia do local em setembro deste ano. A escolha de Baku foi fruto de um surpreendente arranjo entre os dois países “como parte de um esforço de pacificação”, segundo o site Climainfo. O problema, porém, é que mais uma vez a conferência será realizada em um país dependente de petróleo – segundo o think tank Carbon Tracker Initiative, o setor de petróleo e gás responde por 64% da economia do país, o que faz do Azerbaijão o 9º país mais economicamente dependente de combustíveis fósseis no mundo.