Imagem: Divulgação/Marulho
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Iniciativas como a da Marulho buscam coletar redes e equipamentos de pesca abandonados que são responsáveis por prejudicar a vida marinha
A pesca fantasma é um grave problema ambiental que afeta os oceanos ao redor do mundo. Esse fenômeno ocorre quando redes e equipamentos de pesca abandonados ou perdidos continuam a prejudicar a vida marinha mesmo quando não estão mais sendo utilizados, podendo permanecer no mar por longos períodos e agindo como armadilhas mortais para diversas espécies.
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Estudos da Ocean Cleanup revelam que redes de pesca representam 46% do plástico presente na “Ilha de lixo do Pacífico”, um vasto redemoinho de resíduos no oceano. Esses dados destacam a magnitude do desafio, pois os equipamentos não apenas poluem, mas também contribuem para a degradação dos habitats e ameaçam a biodiversidade.
Em paralelo, a World Animal Protection estima que cerca de 640 mil toneladas de equipamentos de pesca perdidos poluem os oceanos anualmente. Permanecendo ativos por décadas, os materiais são responsáveis por causar a morte de mais de 100 mil animais por ano.
A gravidade foi ilustrada pelo resgate de uma baleia-jubarte em Balneário Piçarras, Santa Catarina. O animal apresentava sinais de exaustão e estava preso em redes que se estendiam por mais de 60 metros. Esse exemplo ressalta a urgência de enfrentar a pesca fantasma e os desafios associados à sua remoção dos oceanos.
A Marulho, empresa de Ilha Grande, no Rio de Janeiro e fundada em 2019, tem desempenhado um papel fundamental na luta contra o fenômeno. A corporação se dedica à reciclagem de redes de pesca descartadas, transformando o material em produtos sustentáveis, como bolsas, mochilas, sacolas, fruteiras e pochetes. Todos os produtos são confeccionados pelas comunidades caiçaras da Ilha Grande (RJ).
Desde sua fundação, a Marulho já retirou mais de 6 toneladas de redes do mar e criou mais de 40 mil produtos a partir do material. Além de ajudar a reduzir a poluição marinha, o projeto gerou cerca de R$ 500 mil em renda extra para os moradores locais.
“Nosso propósito vai além da criação de produtos sustentáveis. Queremos conscientizar as pessoas sobre os impactos da pesca fantasma e mostrar que é possível transformar um problema ambiental em oportunidade de negócio e geração de renda para as comunidades costeiras”, destaca Samara Oliveira, Gestora Comercial e de Marketing da Marulho.
A ação da Marulho ilustra como iniciativas práticas e inovadoras podem ajudar a mitigar o impacto de ocorrências ambientais. Enfrentar esse problema é crucial para a proteção dos oceanos e da vida marinha, garantindo um ecossistema sustentável para as futuras gerações.
Sobre a Marulho
A Marulho é uma empresa fundada em 2019 por Beatriz Mattiuzzo, com sede em Ilha Grande, dedicada à produção de produtos sustentáveis feitos a partir de redes de pesca descartadas, incluindo bolsas, mochilas, sacolas, fruteiras e pochetes, entre outros. Comprometida com a responsabilidade social, a Marulho destina 43% do valor de cada produto diretamente aos redeiros e costureiras, fortalecendo a economia local e trabalhando em estreita colaboração com a comunidade caiçara. Para mais informações, acesse: www.fazermarulho.com.br.