POR – ONU NEWS / NEO MONDO
Alerta da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento segue-se ao anúncio de criação do Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira no bloco; estima-se que ajuste possa reduzir em apenas 0,1% as emissões globais de CO2
A União Europeia está propondo a criação do Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira, que tem como uma das metas estabelecer uma taxa de carbono sobre produtos importados.
A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, Unctad, está alertando que a medida poderá fazer pouco para reduzir os efeitos da mudança climática.
Fuga de Carbono
A Unctad fez um levantamento que mostra os impactos do mecanismo no comércio internacional, nas emissões de dióxido de carbono, CO2, na renda e no emprego dentro e fora da União Europeia.
O Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira deverá introduzir novas medidas para evitar a chamada “fuga de carbono”. Mas a Unctad revela, por exemplo, que a iniciativa poderá gerar uma redução de apenas 0,1% nas emissões globais de CO2.
Preço
Para a agência da ONU, poderá haver redução de 1,4% das exportações de setores industriais que produzem muito carbono em países em desenvolvimento. Esse cenário seria no caso de o mecanismo ser implementado a um preço de US$ 44 por tonelada de emissões de CO2.
Mas os efeitos podem variar bastante de país por país, dependendo da sua estrutura de exportação e intensidade de produção de carbono.
A análise da Unctad revela ainda que se o mecanismo da União Europeia estipular um preço de US$ 44 por tonelada, a renda dos países desenvolvidos subirá US$ 2,5 bilhões.
Queda nas exportações
Em contrapartida, a renda das nações em desenvolvimento poderá ter queda de US$ 5,9 bilhões.
A Unctad destaca ainda que aumentar o preço do carbono nas exportações poderá “reduzir de forma significativa as emissões de CO2 na União Europeia”, mas poderá haver queda nas exportações dos maiores blocos comerciais do mundo.
A Conferência das Nações Unidas pede à Comissão Europeia que reveja a proposta e tente diminuir as lacunas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.