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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Empresariado brasileiro se une em mobilização inédita para alavancar melhorias nos sistemas alimentares nacionais. A primeira Cúpula da ONU para o tema ocorre amanhã (23) e o CEBDS realizará evento paralelo hoje (22)
Em um momento em que mais de 30% dos alimentos produzidos no Brasil é perdida ou desperdiçada, uma mudança na mentalidade e nos processos relacionados aos Sistemas Alimentares se apresenta como um tema de alta prioridade. É por isso que o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e seus associados estão há meses se mobilizando para a primeira Cúpula da ONU para Sistemas Alimentares, que ocorre amanhã, dia 23.
Haverá também um evento paralelo, capitaneado pelo CEBDS, hoje (22), às 15h, com palestras de Marina Grossi, Presidente do CEBDS, Alejandro Girardi, Head de Assuntos Públicos, Sustentabilidade e Ciência da Bayer Crop Science LATAM; Philipe Ryser, CEO do Grupo Ceptis e Juliana Lopes, Diretora de Sustentabilidade da Amaggi. O evento, que será transmitido pelo Youtube da entidade, representa um marco do trabalho realizado desde 2020 com a colaboração das 23 empresas participantes do Grupo de Trabalho do CEBDS, que vêm se mobilizando para promover a pauta, rumo à maior inclusão do setor na agenda 2030.
“O CEBDS lançou recentemente o Posicionamento Empresarial sobre a Sustentabilidade dos Sistemas Alimentares no Brasil, hoje assinado por 8 entidades e 18 empresas comprometidas com sete importantes pilares capazes de escalonar, em todo o país, uma forma mais sustentável de produzir e distribuir alimentos aos brasileiros”, reitera a presidente do CEBDS, Marina Grossi.
Vale ressaltar que alimentos perdidos ou desperdiçados emitem gases de efeito estufa, pois além de gastarem todos os recursos necessários para produzi-los e levá-los até os consumidores, sua decomposição em aterros é extremamente danosa ao meio ambiente.
Os sistemas alimentares e uso da terra geram custos “ocultos” para o meio ambiente, saúde e pobreza estimados em quase US$12 trilhões por ano, globalmente. Neste ponto, caminhos de transformação por parte do setor privado melhoram o gerenciamento de riscos. Quando bem-sucedidos, eles também proporcionam vantagem comercial estratégica e geração de valor a longo prazo, recompensando as empresas por meio da melhoria do desempenho e do custo de capital.
Embora existam muitos desafios e complexidades na transformação dos sistemas alimentares, também há tendências de consumo promissoras que sinalizam maneiras de acelerar os esforços no âmbito global. A preocupação com o impacto do consumo de alimentos direciona as decisões de compras, como proteínas alternativas e ética na produção. Por exemplo: a taxa de crescimento das marcas ligadas à sustentabilidade em relação aos demais, é 4 x maior, segundo a The Nielsen Company. Além disso, de acordo com a Associação de Promoção dos Orgânicos, houve 50% de crescimento na venda de produtos orgânicos no varejo no Brasil durante o primeiro semestre de 2020, e dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística mostram que 14% da população brasileira se declara vegetariana.
Diante deste cenário ao mesmo tempo preocupante e promissor, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou, também recentemente, uma importante ferramenta para a implantação de inovações nos sistemas alimentares do país. Visando orientar e engajar os grandes tomadores de decisões de empresas brasileiras, o Guia do CEO sobre a Transformação nos Sistemas Alimentares.
“O material traz o diferencial de exemplificar os casos de sucesso das empresas já engajadas com a transformação dos sistemas alimentares no país. Ademais, foi adicionado um anexo sobre as metas empresariais para 2030/ 2050 e o engajamento do setor com a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (do acrônimo em inglês UN FSS), que acontecerá em setembro de 2021”, reforça a presidente do CEBDS, Marina Grossi.
O documento é inspirado na versão original do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), rede de conselhos empresariais pela sustentabilidade do qual o CEBDS faz parte, e desenvolvido com a consultoria da ERM, baseado na consulta a diversos atores brasileiros, tanto empresariais, quanto da sociedade civil, poder público e academia.