A nova Montana, o lançamento mais importante de 2023 da GM – Foto: Divulgação / General Motors
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Os municípios de Antonina e Morretes são o palco escolhido pela multinacional para demonstrar a importância da conservação da biodiversidade para os negócios
A Prefeitura Municipal de Antonina e Morretes, juntamente com a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) e o Ekôa Park, estão apoiando um evento da marca automobilística General Motors (GM) que promove, no início de fevereiro, entre os dias 31 de janeiro a 11 de fevereiro, o lançamento da Nova Montana para 120 jornalistas e influenciadores na região da Grande Reserva Mata Atlântica.
O território, localizado no litoral do Paraná, foi escolhido para a realização de um circuito de test drive da nova picape Chevrolet, que é o lançamento mais aguardado de 2023 e estreia nas concessionárias Chevrolet de todo o Brasil a partir de meados de fevereiro.
O encontro está reunindo mais de uma centena de jornalistas e influenciadores de diversos estados do país. Eles vêm sendo divididos em grupos de 20 profissionais ao longo de todos os dias do evento, para produzirem conteúdos sobre o novo veículo e compreenderem mais detalhes sobre as Reservas Naturais da SPVS e o território da Grande Reserva Mata Atlântica.
Parceria entre SPVS e GM soma mais de 20 anos
O momento também celebra os mais de 20 anos de parceria da GM com a SPVS, uma vez que a criação da Reserva Natural Guaricica, uma das três Reservas Naturais criadas pela SPVS na década de 1990, localizada no município de Antonina, contou com o apoio direto da GM. Em 1999, a multinacional realizou um aporte financeiro no valor de US$ 10 milhões para promover a criação, estruturação e manutenção da Guaricica, que tem 8.677 hectares. O compromisso, inédito à época por seu escopo, tinha como objetivo realizar a restauração de áreas degradadas da Mata Atlântica, protegê-las, e contribuir com a diminuição dos níveis de gases poluentes na atmosfera. No início da parceria, o debate mundial sobre o tema começava a crescer, mas ainda pouco era discutido sobre a relação direta entre a conservação da biodiversidade e o combate às causas do aquecimento global.
A parceria da GM com a SPVS faz parte da agenda da empresa de contribuir com o apoio aos biomas brasileiros e se insere no comprometimento com as metas globais que envolvem os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, da ONU.
A SPVS, vale lembrar, foi reconhecida pela ONU como parceira da Década de Restauração de Ecossistemas. A Década é um movimento liderado pelo PNUMA (Programa da ONU para o Meio Ambiente) e pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e representa um chamado a toda a sociedade, setor público, privado, empresas, organizações, e até indivíduos para atuarem em prol do bem comum e da conservação da natureza, com o objetivo de proteger e recuperar ecossistemas ao redor do mundo em larga escala. A Década da Restauração vai de 2021 a 2030, prazo final para o atingimento dos ODS.
Para Clóvis Borges, diretor executivo da SPVS, a parceria com a GM, que teve também a importante participação da TNC (The Nature Conservancy), a entidade estrangeira, que repassava os recursos da companhia para a SPVS, colabora com a difusão do conceito de “produção de natureza”, no qual a manutenção de grandes áreas naturais bem conservadas representa a base de uma economia restaurativa. “Essa parceria foi, e continua sendo, essencial nessa longa caminhada que está apenas começando. Com um esforço conjunto, resiliência e o amplo compartilhamento de uma visão moderna – considerando a sustentabilidade um valor estratégico na administração pública que incorpora a conservação da biodiversidade nos negócios – será possível estimular outros atores da sociedade em busca de resultados em grande escala em favor do meio ambiente”, defende Clóvis.
Para Fabio Rua, VP de Relações Governamentais, Comunicação e ESG da GM, há orgulho em contribuir com a conservação de um importante bioma brasileiro por mais de 20 anos. “A parceria com a SPVS e a manutenção da Reserva da Guaricica representa o quanto a sustentabilidade norteia as ações da empresa há anos. Na visão de futuro da GM, sabemos que nenhum de nós atua de forma isolada e o que acontece em qualquer bioma importa para qualquer um que acredita em um planeta melhor e mais sustentável. Estamos engajados nesse propósito e entendemos a dimensão e a importância de cada um desses biomas para todo o Brasil e o mundo”, pontuou.
Veja dados relacionados às Reservas Naturais da SPVS:
- 1.500 hectares de áreas degradadas restauradas;
- Cerca de 900 mil mudas produzidas;
- Mais de 800 espécies da flora registradas em seus ambientes vegetacionais;
- Mais de 200 espécies de aves registradas em suas dependências e região do entorno;
- Mais de 50 mamíferos identificados em suas dependências e região do entorno;
- Produção de água para o município de Antonina (cerca de 19 mil habitantes);
- Arrecadação de cerca de 4,5 milhões por ano de ICMS Ecológico destinados aos municípios de Antonina e Guaraqueçaba, no litoral do Paraná;
- Em torno de 1,5 milhões de toneladas de carbono estocados em seus ambientes florestais.
Para saber mais sobre essa história, acesse o livro sobre as reservas da SPVS, disponível AQUI.
Grande Reserva Mata Atlântica
A Reserva Natural Guaricica fica localizada na parte central do maior contínuo bem conservado do bioma Mata Atlântica do mundo, chamado de Grande Reserva Mata Atlântica, e reunindo um total aproximado de 2,7 milhões de hectares de áreas naturais. No território, ainda ocorrem populações de espécies topo de cadeia, como a onça-pintada. O contínuo abrange 60 municípios na região Costeira e da Serra do Mar dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A iniciativa da Grande Reserva Mata Atlântica representa uma proposta de desenvolvimento econômico e social, baseado na manutenção de áreas naturais bem conservadas. A SPVS mantém outras duas Reservas Naturais na mesma região (a Reserva Natural das Águas, com 3.356 hectares, e a Reserva Natural do Papagaio-de-cara-roxa, com 6.988 hectares), nos municípios de Antonina e Guaraqueçaba. Elas receberam o apoio, respectivamente, das empresas Chevron e American Eletric Power. No total, as três reservas somam 19.300 hectares de Mata Atlântica que vêm sendo recuperados, protegidos e conservados desde os anos 90. Hoje, não restam no Brasil mais do que 7% de remanescentes de Mata Atlântica em bom estado de conservação.
Água e recursos para o litoral paranaense
Além de garantir 100% do abastecimento de água para a cidade de Antonina, as Reservas Naturais da SPVS geram empregos e atraem visitantes para a região. Todos os anos, um valor de cerca de RS$ 5 milhões é arrecadado somente pelo município de Antonina a partir do ICMS Ecológico, em função da existência e boa gestão das áreas naturais. No caso de Guaraqueçaba, o montante é superior a um milhão de reais.
Em setembro de 2020, reconhecendo o valor da conservação das áreas naturais, a prefeitura de Antonina sancionou uma lei para estimular a criação de Reservas Naturais do Patrimônio Natural no município, visando ampliar ainda mais a arrecadação de ICMS Ecológico.
Como o primeiro prefeito de um município localizado no interior da Grande Reserva Mata Atlântica a se posicionar no apoio incondicional à iniciativa, Zé Paulo Azim tem uma visão moderna considerando a sustentabilidade um valor estratégico na administração pública, a respeito do valor estratégico das áreas naturais que cobrem a grande maioria do Município de Antonina.
A partir de março deste ano, a cada três meses, um comitê técnico passará a se reunir para avaliar os projetos propostos pelos proprietários das RPPNMs para avaliar os planos estabelecidos por elas e, com isso, liberar as parcelas do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais Municipal aos proprietários pelos serviços ecossistêmicos prestados pelas áreas.
Para o prefeito, esse diferencial, comparado à grande maioria dos municípios paranaense, ao invés de representar um problema, significa uma grande oportunidade de posicionamento para atividades econômicas diferenciadas, como o turismo de natureza e a implantação de sistemas agroflorestais com espécies nativas da região, aliado a exploração da cultura regional e do patrimônio histórico do município. “A demanda da conservação da natureza está hoje na agenda global, e nós estamos localizados numa das regiões mais importantes do planeta para a conservação do que restou da Mata Atlântica”, destaca Zé Paulo.
Sobre a nova Lei que estimula proprietários rurais na criação de RPPNs, recentemente regulamentada, Zé Paulo segue afirmando que, além de colaborar com a manutenção da paisagem natural no município, a prática tem enorme potencial de beneficiar diretamente os proprietários que estiverem interessados em atender a demanda, já que uma fração calculada com base nos recursos provenientes da arrecadação do ICMS Ecológico seria repassada a eles.
Ekôa Park é referência de negócio socioambiental
O Ekôa Park, onde o test drive da nova Montana da GM vem sendo feito, fica localizado em Morretes, na região litorânea do Paraná, em um ponto estratégico da Estrada da Graciosa. O parque foi criado a partir da necessidade de proteger e preservar uma reserva de 238 hectares de Floresta Atlântica, que recebe visitantes para uma imersão lúdica e repleta de atrações e curiosidades sobre o bioma.
Tatiana Perim, proprietária do empreendimento, defende que “a Grande Reserva Mata Atlântica é uma iniciativa que apoia negócios compatíveis com a boa conservação e corrobora com a proposta do Ekôa Park, que age como um catalisador de novas oportunidades e desenvolvimento econômico baseado no conceito de produção de natureza”.
Júnior Brindarolli, prefeito de Morretes, reconhece que, assim como os demais municípios da região, Morretes tem um enorme potencial para ampliar suas atividades voltadas ao turismo de natureza. “O Ekôa Park é hoje um exemplo a ser seguido por outros empreendedores que colaborem com a transformação da região num grande destino de turismo de natureza, gerando empregos e renda para a população local, em especial aos jovens”.
