Foto – Divulgação
POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Proteção Animal Mundial é parceira no lançamento do minidocumentário
Realizado em Sinop, no Mato Grosso, “Floresta Racionada” foi produzido por meio de extensas pesquisas de dados e entrevistas com especialistas para evidenciar como a produção brasileira de grãos abastece, primordialmente, a indústria da carne e impacta a fauna brasileira.
O Mato Grosso é o maior estado produtor de grãos do Brasil e o único a ter três dos principais biomas do país: Amazônia, Cerrado e Pantanal, com uma safra superior a 44 milhões de toneladas por ano. Apesar da sua força econômica, a atividade agrícola ainda é o principal vetor de devastação da Amazônia e do Cerrado. O documentário curta-metragem denuncia o impacto da pecuária industrial intensiva na vida dos animais silvestres – que são afetados pelas queimadas e o desmatamento – e de produção (como aves, suínos e bovinos) – que são criados em condições contestáveis.
O minidocumentário “Floresta Racionada – O impacto da soja sobre animais silvestres e em confinamento” é uma realização da Repórter Brasil em parceria com a Proteção Animal Mundial.
Nesse sentido, a Proteção Animal Mundial trabalha globalmente para que não sejam construídas novas fazendas industriais intensivas como forma de como forma de combater a causa raiz do desmatamento e de proteger do sofrimento bilhões de animais silvestres e de produção. As indústrias de criação animal têm a responsabilidade de rastrear a origem da ração adquirida, não contribuindo assim para a destruição dos habitats. Se não conseguem garantir uma produção livre de desmatamento e proteção da biodiversidade, oferecendo mecanismos eficazes de rastreabilidade, como pretendem cumprir com a promessa do carbono zero que deve ser alcançado daqui alguns anos? É hora de mudar.
O documentário
Este projeto de documentário de curta-metragem (ver abaixo) é fruto de um relatório divulgado no fim de 2022 que leva o mesmo nome “Floresta Racionada” e traz para discussão uma investigação sobre os impactos da produção de grãos na fronteira agrícola do país. O foco do material são os animais silvestres e animais em confinamento para a indústria da carne.
Por meio de uma extensa pesquisa de dados e de entrevistas com especialistas renomados, como Ricardo Abramovay, sociólogo/ USP, Marcos Rosa, Mapbiomas, Elaine Dione, professora médica veterinária da UFMT, e Gustavo Canale, Instituto Ecótono, o documentário pretende mostrar como a pujante produção brasileira de grãos serve, primordialmente, para abastecer a indústria da carne.
Para além de alertar o público sobre os impactos socioambientais decorrentes desse processo, como o desmatamento ilegal e o desrespeito a comunidades tradicionais, o filme tem por objetivo central denunciar a crueldade no tratamento dispensado aos animais.
E isso engloba não só os animais silvestres vítimas de queimadas, por exemplo, mas também aves, suínos e bovinos criados em condições absolutamente questionáveis para alavancar um dos principais setores do agronegócio nacional.
Para tanto, o projeto tem como pressuposto a realização de uma viagem de campo de sete dias para a realização de entrevistas e o registro de imagens. O local escolhido é Sinop (MT), um dos principais polos do país na produção de grãos.