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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
Ao apoiar conservação de uma das Reservas Naturais da ONG, companhia espera compensar 278 toneladas de CO2e, equivalente às emissões de gases de efeito estufa geradas pela empresa ao longo de 2022
A SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) e a Tintas Verginia, empresa com mais de 30 anos de existência e mais de 40 lojas no Paraná e em Santa Catarina, firmaram, dia 17 de outubro, uma parceria para que a marca possa compensar parte das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) geradas pelas operações da companhia.
A partir de um apoio financeiro em prol da manutenção de uma das três Reservas Naturais criadas e mantidas pela SPVS desde a década de 1990 no litoral do Paraná, a Tintas Verginia vai apoiar, pelo período de cinco anos, a manutenção de um hectare de floresta da Reserva das Águas, localizada em Antonina, e, com isso, compensar 278 toneladas de CO2e, equivalente às emissões de GEEs geradas pela empresa ao longo de 2022.
A partir de 2000, a SPVS adquiriu mais de 19 mil hectares de áreas. Surgem então a Reserva das Águas que possui cerca de 4 mil hectares, a Reserva Guaricica, também em Antonina, com cerca de 9 mil hectares de área e a Reserva Natural do Papagaio-de-cara-roxa, em Guaraqueçaba, com cerca de 7 mil hectares. Todas as áreas possuem remanescentes de Floresta Atlântica – um importante ecossistema associado ao bioma Mata Atlântica.
A Mata Atlântica se caracteriza como um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo, mas também é um dos mais ameaçados do planeta. Pesquisas revelam que apenas cerca de 8% de Mata Atlântica ainda exista em bom estado de conservação.
Por meio do apoio financeiro da Tintas Verginia, uma parcela de área da Reserva das Águas passa a ser apoiada, a fim de estimular a manutenção de atividades em prol da conservação e da proteção da reserva a fim de manter os estoques de carbono presentes nos ambientes florestais.
Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS, destaca que a parceria representa o início de uma relação capaz de garantir ainda mais resultados em favor da conservação da biodiversidade. “O entendimento de que todos os empreendimentos usam a natureza para desenvolver suas atividades e que a gestão ambiental corporativa pode mensurar e incorporar esse custo como parte dos negócios vem se tornando uma tendência que permite uma relação mais harmônica entre os negócios e o nosso patrimônio natural. Exemplos como esse em que a empresa Tintas Verginia mensura e busca compensar suas emissões são muito importantes para garantir o fortalecimento dos negócios e também um exemplo a ser seguido por outras corporações para garantir maior resiliência em relação aos eventos climáticos extremos”, explicou Clóvis.
Eduardo Bathke, diretor-executivo da Tintas Verginia, reforçou que o momento representa uma oportunidade de celebrar as ações que vêm sendo conduzidas para que a companhia se consolide como um modelo de empresa capaz de inspirar outros negócios e pessoas. “Esperamos que iniciativas como essas possam ser capazes de motivar outras pessoas, concorrentes, amigos, parceiros e marcas a fazerem o mesmo. Por um mundo mais colorido e cheio de vida!”, disse, no evento de apresentação da novidade aos funcionários, na unidade de distribuição da marca em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba, no dia 17.
Já dia 19 de outubro, representantes da equipe estiveram em uma visita às Reservas Naturais da SPVS e fizeram um plantio simbólico de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica em uma das áreas da Reserva Guaricica.
Estreitamento de vínculos
Esta é a segunda vez que a Tintas Verginia se aproxima da SPVS para apoiar ações de conservação conduzidas pela instituição. Em 2023, a marca já havia direcionado recursos para apoiar parte das ações do monitoramento do projeto do papagaio-de-cara-roxa, espécie que habita a região do litoral do Paraná, e o litoral Sul de São Paulo, e pela qual a SPVS trabalha há quase 30 anos.
“Ao longo dos anos de trabalho da SPVS, o papagaio-de-cara-roxa deixou a categoria de ameaçada de extinção para vulnerável, um avanço importante em relação à condição de proteção desta espécie”, destacou Monica Borges, diretora de parcerias estratégicas da SPVS. O dado é da Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em Inglês). “Com o apoio que recebemos da Tintas Verginia no ano passado, incrementamos os esforços em prol deste projeto”, lembrou. Atualmente, no Paraná e em São Paulo, existem cerca de nove mil indivíduos da espécie.
Segundo Eduardo Bathke, os recursos dedicados agora ao projeto de compensação de parte das emissões de GEEs feitas pela companhia, e no ano passado para o monitoramento dos papagaios, vêm do lucro das vendas de todos os produtos da marca Verginia comercializados no Dia Da Árvore, em 21 de setembro, quando a companhia promove ações de marketing e vendas, e direciona os valores arrecadados integralmente com as vendas a projetos de conservação. “Escolhemos a SPVS para receber esses recursos por confirmarmos na seriedade, no histórico e na experiência dessa instituição”, disse Eduardo.
Experiência em compensação de carbono
Natasha Choinski, analista de processos ambientais da SPVS, conta que, desde 2002, a ONG aplica uma metodologia moderna e inovadora de medição, monitoramento da biomassa de carbono e compensação de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEEs) em suas Reservas Naturais, que permite compensar parte das emissões de uma empresa por meio da manutenção de florestas nativas bem conservadas para evitar a perda de estoques de carbono presente nos ambientes florestais com o desenvolvimento de ações de manejo conservacionista. “Este modelo é um padrão voluntário de compensação pela parte interessada, sem geração de créditos de carbono comercializáveis em mercados regulado ou voluntário. A compensação ocorre a partir de iniciativas mensuráveis que a instituição desenvolve, reconhecendo a dependência dos serviços ecossistêmicos para os negócios”, disse ela.
A técnica também conta que são mais de 600 parcelas instaladas nas Reservas Naturais da instituição, para medir o estoque e o incremento de carbono presente em áreas florestais, o que permite à SPVS estimar que o estoque médio de carbono da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica) de suas áreas é de 152,9 toneladas de carbono por hectare.