A jornalista Eleni Gritzapis e o convidado Carlos Sampaio gravando para o greenTalks – Imagem: Divulgação
Por – Eleni Gritzapis, especial para Neo Mondo
O quarto episódio da temporada 2024 do videocast greenTalks – uma iniciativa pioneira entre a green4T e NEO MONDO para discutir o papel fundamental da tecnologia na promoção de um futuro mais sustentável – tem como entrevistado Carlos Sampaio, fundador da CS Global IT, uma empresa global provedora de Serviços Gerenciados e Integradora de Nuvens.
Carlos é empresário desde os 21 anos, atuando no mercado de tecnologia com foco em escalabilidade de negócios com uso de nuvem. Foi responsável pelos primeiros cases de sucesso de empresas brasileiras, no início do movimento cloud em 2006-2010. Atualmente como executivo, dirige a estratégia da companhia com mais de +600 mil usuários gerenciados e +90 Petabytes de informações protegidas com uso de soluções em Cloud no Brasil e na Europa.
Confira os principais trechos da entrevista e assista a íntegra abaixo:
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Veja também greenTalks episódio 3 – greenTalks entrevista Majory Imai, CEO da Cyan Agroanalytics
Segundo a Mordor Intelligence, o mercado de computação em nuvem está estimado em US$ 680 bilhões para 2024, e deverá atingir US$ 1,44 trilhão até 2029, com uma taxa de crescimento anual de 16,40% no período. Com esse crescimento significativo, e o aumento exponencial do uso de dados e inteligência artificial, como a CS Global IT se destaca em relação à eficiência de seus serviços de cloud?
A CS Global IT tem a missão de não só flexibilizar, mas também dar transparência na migração e na jornada para cloud. Esse crescimento exponencial se dá cada vez mais pelo uso excessivo de processamento, com o aumento das tecnologias que estamos vivendo. Desta forma, migrar para uma cloud de uma forma mais inteligente – e não só movimentar equipamentos para dentro de um data center – faz total diferença, não só na questão de redução de custos, mas também tendo a sustentabilidade como pilar.
Fazendo uma analogia para a geladeira que temos em casa, se você só mudá-la de local e conectá-la numa outra tomada, ela vai continuar consumindo a mesma quantidade quilowatt/hora. Então, a nossa jornada, que é a nossa missão, é fazer com que é a gente migre isso de uma forma muito mais inteligente, entendendo o que de fato precisa estar dentro da geladeira e o que pode estar fora.
Baseado nisso, você poderia comentar sobre a orquestração de diferentes nuvens no mercado e como isso pode ser utilizado para aumentar a eficiência de empresas que usam este serviço?
A orquestração é algo inevitável para os provedores hoje. O aumento da tecnologia e a dinâmica de mudança atual em diferentes nichos forçam com que as empresas façam o uso constante de diferentes tecnologias e de diferentes nuvens. Então, um bom orquestrador promove a flexibilidade de a companhia utilizar hoje uma tecnologia no provedor A, amanhã no provedor B, ou até mesmo usar os dois provedores, para promover a solução que ela precisa. A orquestração é inevitável. Um provedor que não a tem acaba ficando para trás com a própria evolução tecnológica do mercado.
O que podemos esperar do mercado de cloud computing com relação à eficiência energética?
Quando olhamos para a virtualização que começou lá na década de 60, depois um grande boom nos anos 70 e outro nos anos 90, com a grande explosão do uso de computação em nuvem com a chegada de um grande provedor no Brasil e nos Estados Unidos entre 2004 e 2010, as empresas que migraram de cara para esse tipo de produto tinham como única razão a eficiência financeira. Mas para garantir a eficiência energética em cloud computing, temos que olhar a jornada de uma forma mais abrangente, desde criar um acesso e entender exatamente quais são os passos e as aplicações que hoje você tem dentro da sua empresa até decidir o que você tem que levar para nuvem e o que pode se tornar microsserviços. A partir desse entendimento e de uma estratégia, vamos conseguir obter a eficiência energética, algo mais sustentável, além da eficiência financeira.
Quais são os principais desafios para mitigar o impacto energético da computação em nuvem, e como a CS Global IT está apoiando seus clientes na agenda de sustentabilidade?
A CS Global IT, há quase 10 anos, promove a evolução de tecnologia interna dentro de centros de dados que contam com uma jornada eficiente e sustentável. O futuro para que as empresas consigam acessar isso de uma forma mais fácil, é parar de olhar só para o custo e mirar uma jornada eficiente.
Hoje, empresas da Europa têm na cartilha de homologação de fornecedores, o critério de se assegurar que centros de dados estão dentro de um determinado nível na jornada Zero Carbon (zero emissão de CO2)
De forma geral, as empresas estão preparadas para essa jornada de eficiência e sustentabilidade dos serviços de cloud?
Quando falamos de cloud, as empresas não precisam estar preparadas apenas para o uso de nuvens, mas também para trabalhar nessa jornada para cloud de uma forma inteligente. Elas não vão conseguir atingir seus objetivos de eficiência e sustentabilidade, se não olharem para a migração de infraestrutura e de serviços de uma forma abrangente. A empresa vai acabar simplesmente trocando o lado, ou seja, ela vai pegar uma coisa que está consumindo muita energia, migrar e transferir a responsabilidade dela. Então, o futuro para essas empresas é: façam a sua jornada de uma forma mais inteligente com um provedor que possa assegurar a integração de uma forma mais abrangente.
Falando em futuro sustentável, como você imagina o futuro com relação aos serviços em Nuvem?
Como eu comentei no início, a tendência é que ele vai consumir cada vez também mais energia. Por este motivo, os centros de dados que vendem espaços e infraestrutura de base para os provedores de cloud devem investir cada vez mais em energia sustentável, em energia limpa. E isso automaticamente vai puxar os provedores de cloud para que eles consumam desses centros de dados uma energia mais limpa e possam entregar um serviço com uma categoria de sustentabilidade muito maior, contribuindo para a jornada verde dos clientes.
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