Canoas – Imagem: Divulgação
ARTIGO
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Por- Conrado Santos*, articulista de Neo Mondo
O Brasil está mobilizado. De norte a sul, milhões de pessoas se movimentam em prol das vítimas das gravíssimas enchentes que atingiram mais de 360 municípios do estado. A situação é inédita na história de nosso país. E diante de um acontecimento tão inesperado e com consequências devastadoras na vida das pessoas, o que vemos é também uma ampliação muito grande das pessoas no engajamento para auxiliar as pessoas atingidas.
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As redes sociais foram tomadas por pedidos de ajuda, em todos os cantos ONGs e o poder público organizaram postos de coletas e muitas pessoas se deslocaram para a região para se juntarem às equipes de socorro de diversos estados que atuam nos resgates. São momentos como estes que nos colocam diante de uma necessidade real de caminharmos na direção de nossos semelhantes. Uma força interna toma conta de muitas pessoas e promove atos de solidariedade, empatia e compaixão para com aqueles que sofrem. Nos saltam aos olhos tantos gestos de solidariedade.
A agitação em prol dos que sofrem nos sustenta um sonho muito possível, em que o despertar do ser humano para a necessidade da cooperação mútua, olhando e compreendendo a dor dos semelhantes é uma poderosa alavanca de transformação pessoal e de toda a coletividade. Muitos pensadores e filósofos antigos defendiam que a natureza do ser humano é ser mau por natureza e, quase sempre, agindo de forma egoísta pensando essencialmente em seus próprios interesses.
Com certeza, basta uma olhada nos noticiários diários para alimentarmos a mesma sensação. A Humanidade está doente e não vai longe desta forma. O egoísmo sustenta as guerras, a miséria, a desigualdade e muito mais. Mas, será que é esta mesma realidade? É Rutger C. Bregman, um historiador e escritor holandês, autor de quatro livros, entre eles “Humanidade: uma história otimista do homem“, que nos convida a olharmos para o homem sob uma ótica muito diferente.
Para Bregman, a única possibilidade de termos chegado até os dias de hoje, desde os primórdios do Homo sapiens, é que nossa evolução nos programou para exercitarmos a bondade. Isto mesmo, somos bons e cooperamos uns com os outros, e se assim não fosse, nossa espécie já teria desaparecido. O historiador nos aponta que éramos assim, até descobrirmos a agricultura, a propriedade e a competição. A tese do livro é muito consistente e toda construída a partir de inúmeras pesquisas que não deixam dúvidas de que temos muitos motivos para acreditar que nossa essência é sermos bons. O autor nos proporciona uma visão otimista e muito positiva da humanidade.
Certamente, em momentos de catástrofes como esta que levam tanto sofrimento ao povo gaúcho, parece que acessamos uma memória ancestral de cooperação. Somos capazes de sairmos de nós mesmos para ajudar. Mobilizamos recursos materiais, e até mesmo cerramos fileiras de orações para tentarmos aliviar o sofrimento de nossos semelhantes.
Cabe a nós uma reflexão, será que este sentimento inato necessita ser resgatado dentro de nós somente a partir de sofrimentos extremos? O que é preciso fazermos para que a cooperação e a bondade estejam mais presentes em nossa vida diária? O que podemos esperar de nós mesmos e do mundo se cooperarmos mais entre nós?
Estas são questões que podem e devem ser respondidas de forma emergencial por cada um de nós. Fazer o bem é algo que necessitamos, por nós, pelos outros e pela nossa própria sobrevivência.
O germe do amor e da bondade está adormecido em cada um de nós, mas ele existe. Sabe aquela sensação que temos quando dominamos um idioma que não exercitamos no dia a dia, e parece que o esquecemos? Talvez, a bondade que existe entre cada um de nós seja parecida com isso. Sabemos, mas, há séculos não temos praticado, entretanto, basta um pequeno esforço ou mesmo observarmos alguém à nossa volta sendo bom, que somos contagiados e rapidamente nossa essência ressurge, e quer saber, nos faz muito bem.
Se você que está lendo já se movimentou em favor das vítimas do Rio Grande do Sul, tenho a certeza de que você sabe bem o que significa fazer o que simplesmente faz parte de nossa essência, ficamos leves e em paz. Se você ainda não se engajou nesta grande corrente do Bem, corre lá, ofereça o que puderes. Tenho a certeza de que será incrível. Não esperemos a dor e o sofrimento extremo de nossos irmãos saltarem aos nossos olhos e nos motivarem a ajudar e fazer o bem.
Fazer o bem nos faz bem e nos faz resgatar quem realmente nós somos. Façamos o bem, agora, hoje, amanhã e sempre, e ninguém poderá imaginar o que será do mundo.
Muita paz!
*Conrado Santos é um entusiasta na busca pela Espiritualidade na vida e nos negócios. Empresário, profissional de marketing e voluntário no Grupo Espírita Cairbar Schutel, Folha Espírita e AME-SP.