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DO QUE SE MORRE NO MUNDO?
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POR ELENI LOPES, DIRETORA DE REDAÇÃO COM DADOS DA OUR WORLD IN DATA
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Com base em dados divulgados pelo Our World in Data, NEO MONDO traça um panorama das principais causas de morte no mundo em 2016 e uma comparação com as estatísticas no Brasil. As mortes por suicídio totalizaram mais que o dobro das causadas por homicídio em todo o planeta.
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A ciência evoluiu muito nos últimos anos, novos tratamentos que transformaram doenças letais em crônicas, ou até mesmo a cura de algumas enfermidades, têm se tornado notícias cada vez mais frequentes. No entanto, uma constante permanece: todos nós temos que morrer em algum momento. Porém, as causas da morte estão mudando à medida que os padrões de vida melhoram.
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Com base em dados divulgados pelo Our World in Data, NEO MONDO traz aqui um panorama das principais causas de morte no mundo em 2016 e uma comparação com as estatísticas no Brasil. O projeto Our Word in Data é uma publicação online produzida pela Universidade de Oxford que mostra como as condições de vida em todo o planeta estão mudando.
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Causas de morte no mundo
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Em 2016, cerca de 55 milhões de pessoas morreram no mundo – quase metade delas tinha 70 anos ou mais; 27% entre 50-69; 15% entre 15 e 49 anos; apenas 1% entre 5 e 14 anos; e cerca de 10% eram crianças menores de 5 anos. O principal assassino mundial em 2016 foram as doenças cardiovasculares, matando 17,6 milhões de pessoas – cerca de um terço de todas as mortes.
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Os cânceres foram a segunda causa, com cerca de 9 milhões de casos (16%), seguido por doenças respiratórias e relacionadas ao diabetes. Vale destacar que as quatro principais causas de morte no mundo são doenças não-transmissíveis e que somadas representaram mais de mais de 70% das mortes em 2016.
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Dados: Our World in Data
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Retrocessos ainda inexplicáveis
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Se levarmos em conta o avanço da ciência nos últimos anos, alguns dados alarmantes mostrados pelo estudo saltam aos olhos: mais de 1,7 milhão de recém-nascidos ainda morreram devido às complicações no nascimento em todo o mundo. Do mesmo modo, as doenças diarréicas – que reivindicaram 1,7 milhões de pessoas em 2016 e uma das principais causas de morte em crianças menores de 5 anos – ainda custam milhões de vidas, apesar de serem evitáveis e com baixo custo para sua prevenção. A malária foi eliminada com sucesso em algumas regiões, no entanto, estima-se que mais de 700.000 pessoas ainda morreram da doença em 2016.
Consequência direta da urbanização e do crescimento das grandes cidades, os acidentes rodoviários enquadram-se nas dez principais causas de morte no mundo, totalizando 1,3 milhões em 2016.
Outro fato que causa surpresa ao estudarmos os números são as mortes por suicídio, que totalizam mais que o dobro das causadas por homicídio em nível global.
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Ou seja, o número de óbitos por suicídio é maior do que o número de mortes causadas por todas as formas de violência – incluindo homicídios, terrorismo, conflitos e execuções – em todo o mundo.
No final da lista da Our Word in Data, aparecem as mortes por catástrofes naturais e ataques terroristas. Embora o risco relativo de tais eventos seja tipicamente baixo, devemos ter cuidado ao usar estatísticas anuais neste caso. Estatísticas relacionadas às doenças e outros fatores de saúde tendem a mudar relativamente lentamente ao longo do tempo. O desastre natural e as mortes relacionadas ao terrorismo são diferentes: podem variar substancialmente de um ano para o outro. Prova disso foram os recentes atentados em diversas partes do mundo.
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E no Brasil?
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Mesmo tendo experimentado um crescimento econômico nas últimas décadas, o Brasil ocupa uma posição intermediária em termos de distribuição de causas de mortalidade. Como os Estados Unidos e a Alemanha, as principais causas de morte no País são as doenças não-transmissíveis, como enfermidades cardiovasculares, câncer, males respiratórios e demência.
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No entanto, o homicídio ocupa o 7º lugar em termos das principais causas de morte, reivindicando cerca de 60 mil vidas (4,6% de todas as mortes) em 2016. Assim como acontece em grande parte da América Latina, o número de homicídios supera demais as mortes por suicídio. No Brasil, cerca de quatro vezes mais pessoas morreram em consequência da violência do que de suicídio.
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Dados: Our World in Data
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