POR – APPROACH COMUNICAÇÃO / NEO MONDO
O Conselho Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) está em contato permanente com as empresas para identificar os gargalos e as possíveis soluções para que a Economia Circular ganhe escala do Brasil. Para avançar neste tema, o CEBDS realizou nesta quarta-feira, uma edição do Quebrando Muros, evento que debate temas de sustentabilidade social e ambiental transversais às empresas e à sociedade, com a proposta de reunir empresas de segmentos diversos para debater os temas Economia Circular e Logística Reversa. O evento contou com patrocínio da WeWork e Nespresso.
Participaram Cristiane Rossi, representante de Economia Circular da Braskem, Fábio Cirillo, consultor de Ecoeficiência da Votorantim Cimentos e Claudia Leite, gerente de Sustentabilidade da Nespresso. Os convidados apresentaram cases e soluções sustentáveis de reutilização de materiais e redução de emissões de gases do efeito estufa.
Da esquerda para direita: Cláudia Leite (Nespresso), Cristiane Rossi (Braskem), Fábio Cirillo (Votorantim Cimentos) e Ana Carolina Szklo (CEBDS) – Foto: Divulgação
“A gente esbarra em alguns entraves para que a Economia Circular no Brasil ganhe escala. Se surge uma solução que acaba sendo mais cara, tem alguma coisa errada nessa equação que precisamos resolver. Precisamos entender se é uma questão de logística ou regulamentação, por exemplo. E é aí que entra o papel do CEBDS: tentar entender junto às empresas como agir qualitativamente para gerar um incentivo mais positivo e caminharmos na direção desta pauta”, disse a diretora de Relações Institucionais do CEBDS, Ana Carolina Szklo.
Cristiane Rossi apresentou os oito compromissos da Braskem para a promoção da economia circular: investimento na produção de produtos renováveis, novas tecnologias em sistemas de desenvolvimento para cadeia de reciclagem, programa de logística de coleta e reciclagem de copos polipropileno, amparo e capacitação de consumidores finais em programas de reciclagem, ampliação de estudos sobre o ciclo de vida dos produtos, auxílio à medição e comunicação dos índices de reciclagem nas embalagens, apoio às parcerias destinadas a prevenção e solução do lixo nos mares, assistência a políticas públicas para prevenir a poluição marinha e melhoria da gestão de resíduos sólidos.
“O plástico torna a vida melhor e o propósito da Braskem é facilitar a vida das pessoas criando soluções sustentáveis para o material. O plástico trouxe para a humanidade soluções importantes, como conservação de alimentos, tem diversas aplicações salutares e é um material eficiente, porque consome pouca energia e pouca água. Mas precisa ser bem destinado. Definitivamente o oceano não é o melhor local para ele”, ressalta.
Fábio Cirilo, que atua na área de agroeficiência da Votorantim Cimentos, falou sobre coprocessamento de resíduos. A fábrica da Votorantim no Pará – maior estado produtor de açaí do mundo – passou a coletar o caroço da fruta para transformar em biomassa e substituir o coque de petróleo na produção de cimento. A cada 90 mil toneladas de caroço, 100 mil toneladas de carbono deixam de ser emitidas, além de poupar o metano que seria emitido com o resíduo da produção e açaí aterrado. Cirilo afirmou que a Votorantim também direciona esforços para estimular a reciclagem do cimento, produto que pode ser reintegrado ao ciclo produtivo.
“A Votorantim entende que a Política Nacional de Resíduos Sólidos precisa ser implantada da melhor forma: não gerar, reutilizar, reciclar e processar. Ou seja, tudo o que não pode ser reciclado precisa ser processado”, afirmou.
Claudia Leite, da Nespresso, esclareceu o compromisso de Sustentabilidade da empresa que pretende produzir café e embalagens 100% sustentáveis. Cláudia esclarece o porquê da empresa produzir cápsulas de dose única:
“30% do alimento produzido no mundo é desperdiçado. O café não é visto como um alimento e acaba tendo um desperdício bastante grande. Um café consumido naquela quantidade, daquela água, aquecendo somente o que vai ser necessário, também é mais sustentável.”
A Nespresso possui um sistema de logística reversa que compreende a coleta e reciclagem das cápsulas de alumínio e a conscientização do consumidor final para o destino correto dos resíduos. Em São Paulo, a empresa possui 50 pontos de coleta. No Rio de Janeiro, 34. A empresa também se preocupa com a redução da pegada de carbono na produção e logística de recolhimento das cápsulas.
“Estamos trabalhando desde 2009 para reduzir nossa pegada de carbono em 28% até 2020”, afirma Cláudia.
A próxima edição do Quebrando Muros, em agosto, discutirá o Futuro do Trabalho.